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Teresinenses antecipam visitas aos cemitérios e devem seguir recomendações

A FMS divulgou uma carta com recomendações para a população, que deve usar máscara, respeitar o distanciamento e o número de pessoas por sepultura

31/10/2020 09:11

Segunda-feira, dia 2 de novembro, será celebrado o Dia de Finados. Este ano, por conta da pandemia, quem for ao cemitério visitar o túmulo de seus entes queridos terá que seguir algumas recomendações higiênico-sanitárias, como o uso obrigatório de máscara e medição da temperatura na entrada. Além disso, a Fundação Municipal de Saúde orienta a antecipação das visitas.

Leia também: Dia de Finados: Missas não acontecerão nos cemitérios e Arcebispo celebra na Catedral

Dona Ariel Mesquita, de 70 anos, decidiu ir logo na sexta-feira (30) visitar a lápide do marido para evitar aglomerações no feriado. "Eu já fui acometida por este vírus, mas prefiro me precaver e vim antes para visitação para poder limpar, orar e homenagear quem já não está mais aqui", conta.

Da mesma forma, Dona Rita Rodrigues, de 65 anos, aproveitou a pouca movimentação de sexta-feira para limpar os locais onde estão enterrados seu pai, cunhado e sobrinhos. "Já tem uns dois anos que prefiro vir antes do dia 2 ao cemitério para lavar e arrumar as flores. Mas agora, com a situação que estamos vivendo, mais do que nunca a gente tem que fazer isso", afirma.


Dona Ariel e Dona Rita aproveitaram a sexta-feira para visitar e limpar os túmulos de familiares - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Além dessa antecipação das visitas, a Fundação Municipal de Saúde (FMS), por meio do Centro de Operações em Emergências (COE), divulgou uma carta com recomendações para a população que fará visitas aos cemitérios no Dia de Finados.

"A recomendação é que a visita para uma mesma sepultura seja feita por até quatro pessoas, entrando em duplas, não sendo recomendado que todos entrem ao mesmo tempo. Os visitantes devem evitar cumprimentos, como beijos e abraços. Eles também podem levar álcool em gel individual para higienização das mãos. Ao utilizá-lo, tomar cuidado, pois o álcool é inflamável e, nesse período, existe a tradição de acender velas. É recomendado ainda que não levem alimentos e flores artificiais, pois esses objetos podem estar contaminados com o vírus", indica a FMS.

Além disso, todos os visitantes devem manter o distanciamento seguro de dois metros entre as pessoas. Outro ponto importante da carta é voltado para pessoas com problemas de saúde, idosos e crianças, que devem evitar a ida aos cemitérios.

Por fim, a infectologista da FMS, Amparo Salmito, lembra que a pandemia não acabou e que, mesmo nessa época do ano, o cuidado tem que ser redobrado. “O Dia de Finados é uma data em que, tradicionalmente, ocorre visitação mais intensa aos cemitérios e, consequentemente, pode gerar aglomeração de pessoas e contribuir para aumentar a proliferação do novo coronavírus. Nós ainda nos encontramos em um período de pandemia e todos os cuidados devem ser mantidos para evitar o contágio e o aumento do número de casos e de óbitos por Covid-19 na cidade”, finaliza a infectologista.

Venda de flores e velas 

A carta de recomendações divulgada pela FMS orienta ainda que, na entrada do cemitério, não tenha vendedores de velas, flores, alimentos e outros produtos. Porém, nessa sexta-feira (30), algumas barracas já estavam montadas em frente aos cemitérios. São vendedores que têm como tradição ganhar uma renda extra no Dia de Finados.


Raimunda Elias diz que precisa da renda extra para pagar suas contas - Foto: Assis Fernandes/O Dia

Raimunda Elias, de 54 anos, trabalha há seis anos vendendo arrumadinho em frente ao Cemitério São Judas Tadeu, no bairro São Cristóvão. Mas este ano, por conta da pandemia, foi proibida a venda de comida nos arredores. Ainda assim, Raimunda diz que precisa desse dinheiro para ajudar nas contas de casa, então resolveu investir as economias na compra de flores e coroas para revender em frente ao cemitério.

"Eu estou aqui vendendo flores e velas, mas sei que não foi recomendado pelas autoridades, mas eu vou ficar aqui. Sei que as vendas não serão tão boas, mas qualquer valor já ajuda", confessa Raimunda Elias.

Por: Sandy Swamy
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