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Sem fiscalização, pichadores agem em propriedades privadas e públicas

A prática de pichar, ou sujar por outro meio, qualquer edificação ou monumento urbano é considerada crime ambiental.

20/08/2016 09:16

Andando pelas ruas do Centro de Teresina, é possível perceber que o número de pichações nas fachadas de estabelecimentos comerciais, nos muros de residências e patrimônios públicos, aumentou nos últimos meses. A prática de pichar, ou sujar por outro meio, qualquer edificação ou monumento urbano é considerada crime ambiental e a pena pelo delito pode variar de três meses a um ano de detenção, além de multa. 

População reclama que nem Prefeitura nem a Polícia fiscalizam ou coíbem os pichadores (Foto: Moura Alves/O Dia)

Kléber Rodrigues, proprietário de uma livraria localizada no Centro da Capital, teve sua loja pichada uma semana após pagar pelos serviços de pintura. Segundo ele, a Prefeitura e a Polícia não fiscalizam ou coíbem os pichadores. “Essa é uma situação que não adianta você denunciar para as autoridades, é uma perda de tempo. Porque mesmo que essa pessoa seja identificada, nada vai acontecer com ela, nós só vamos perder nosso tempo indo atrás disso”, declara. 
Além disso, o empresário afirma que não pretende repintar a fachada da loja, porque não há garantia de que os pichadores não atuarão novamente. “Essas pichações são um prejuízo. A pintura de uma fachada é um custo muito grande, porque, além das tintas, nós temos que pagar a mão de obra e isso tudo custa caro. Então eles vêm aqui e picham, a gente manda pintar de novo, e mesmo assim não é uma garantia que eles não vão pichar novamente. Eu só pretendo pintar quando colocar uma grade e uma cerca elétrica; por enquanto, vou deixar pichado do jeito que está”, explica Kléber Rodrigues. 
O dono de uma banca de jornais também localizada no Centro da cidade acredita que os grafiteiros são os próprios pichadores e que estariam fazendo isso para conseguir firmar contratos com a Prefeitura para grafitar os muros. “O grafiteiro é o mesmo que picha. Se a Prefeitura dissesse que enquanto tivesse picho na cidade, não teria grafite pago pela Prefeitura, isso não aconteceria mais. Eu já denunciei para a Polícia, mas eles dizem que só podem agir se pegarem os pichadores em flagrante. Esses pichadores deveriam perguntar para os proprietários se nós concordamos com isso e não chegar aqui e pichar sem a nossa autorização”, enfatiza o empresário que não quis se identificar com medo de represálias dos pichadores. 
Fiscalização 
Por sua vez, o comandante de policiamento da capital, coronel Wagner Torres, afirma que não há informações oficiais sobre a quantidade de denúncias de pichações em Teresina. Contudo, o gerente de fiscalização da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da região Centro/ Norte (SDU-Centro/ Norte), Enéas Costa, explica que as denúncias são feitas para a Polícia. Além disso, o secretário admite que os infratores não têm como serem identificados e o horário em que essas pichações são feitas dificulta o trabalho de fiscalização. 
“As pichações não têm como serem identificadas, elas acontecem, em sua maioria, de madrugada; então nós [da Prefeitura] não temos uma equipe de fiscais para atuar fiscalizando essas pichações; infelizmente, é caso de Polícia mesmo. Nós teríamos que ter uma ronda ostensiva para evitar esse tipo de problema e, com a Guarda Municipal na ativa, nós poderemos atuar para evitar esse tipo de ação”, esclarece.
Edição: Virgiane Passos
Por: Nathalia Amaral
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