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Ruas desniveladas e cheias de buracos atrapalham moradores na zona Sul

Quem mora no Residencial Dignidade denuncia diversos problemas no local, desde o saneamento básico até a questão da segurança

12/08/2015 07:26

Quando questionados sobre as questões que os afligem, os moradores do Residencial Dignidade, na zona Sul de Teresina, não sabem exatamente o que responder, pois diversos problemas vêm à mente. Os problemas começam desde o saneamento básico e vão até a questão da segurança. Ruas desniveladas, cheias de buraco, que em épocas de chuva ficam intrafegáveis e, em épocas secas, causam problemas respiratórios nos moradores. Essa é a realidade de grande parte dos moradores do residencial. Ivoneide Marques é anã e há 8 anos vive um sofrimento diário, que é o de conseguir sair de casa para ir ao trabalho. 

“Dificuldade não falta, para eu conseguir chegar até a parada de ônibus, que fica longe da minha casa, tenho que descer morro, subir morro, passar em poças de lama, pedras e mato”, descreve Ivoneide. As dificuldades são comuns a todos os moradores da quadra 30, do Residencial Dignidade, mas, para Ivoneide, tudo isto é sentido com mais intensidade. A moradora já buscou junto às autoridades competentes soluções para a total falta de acessibilidade no residencial, mas nada, até hoje, foi resolvido. “Eles até já vieram aqui, mas depois não vieram mais, nem resolveram nada. Já liguei para a SDU diversas vezes, marcam de vir e não vem”, acentua. 

Além da dificuldade de chegar até o local onde os ônibus passam, a moradora reclama da falta de linhas de transporte coletivo na região. “Ônibus só passa na avenida e demoram muito para passar, porque só tem uma empresa que vem para essa região”, diz Ivoneide. 

Foto: Assis Fernandes/ ODIA

O superintendente executivo da Superintendência de Desenvolvimento Urbano da região Sul (SDU/Sul), Paulo Roberto, declara que quatro ruas foram calçadas no Residencial Dignidade ano passado, através do orçamento popular, onde foram investidos cerca de R$ 200 mil. “Temos agora a estação da avenida que passa pelo conjunto, que deverá ser iniciada ainda esse ano. Vai ligar o bairro Santa Fé ao Mário Covas, passando pela Dignidade”, diz. 

De acordo com Paulo Roberto, as ruas que ainda não foram calçadas estão previstas para entrar no orçamento popular do ano que vem, quando o trabalho será feito. “Nossa grande obra será a avenida principal que terá duas pistas, bastante iluminação e um canteiro central”, declara. 

A falta de estrutura nas vias do residencial traz várias consequências para a população. De acordo com Jonas Santos, em algumas ruas, não há como carros trafegarem e, por isso, a coleta de lixo é dificultada. Existem apenas dois contêineres onde todos os moradores devem depositar o lixo, que é recolhido todos os dias. Apesar disto, o mau cheiro incomoda quem mora próximo aos contêineres. 

Por conta disto, já houve casos de moradores que necessitaram de atendimento da ambulância e tiveram esse serviço atrapalhado. “Eles conseguiram chegar até a casa, mas, para isso, precisaram ir por outra rua e isto fez com que o tempo do atendimento aumentasse”, declara Jonas. 

Água e energia 

Outro problema apontado pelo morador é o abastecimento de água. “Água? Nós só temos porque todo mundo faz gambiarra. E ainda temos sorte, porque aqui, no Parque Vitória, coladinho no nosso bairro, falta água todo dia. Infelizmente, não temos água do jeito certinho e todo mundo se vê obrigado a fazer ligação ilegal”, declara Jonas. 

O mesmo acontece com a energia. Em parte do residencial, há ligação legal, mas em outra parte, a mais próxima do Parque Vitória, não há ligação e, por isto, todos os moradores fazem ligação ilegal, os famosos “gatos”. “Se a gente não fizer isso, não tem energia em casa, né? Todo mundo faz, você pode ver aí os postes todos cheios de gato”, completa Jonas. 

Em nota, a Agespisa informou que o Residencial Dignidade, na zona Sul de Teresina, conta com sistema de abastecimento regular, com ligações em situação legal. Nas proximidades do residencial, está localizado o Parque Vitória, ocupação de terra abastecida através de ligações clandestinas. A Agespisa já elaborou projeto para implantar sistema de abastecimento nesta comunidade. O serviço está orçado em R$ 3 milhões, mas a empresa aguarda a regularização fundiária do Parque Vitória para realizar os investimentos. 

Até o fechamento desta edição, o Jornal ODIA não recebeu o posicionamento da Eletrobras Distribuição Piauí.

Por: Ana Paula DIniz- Jornal O Dia
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