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Reinfecção por Covid: Piauí discute criação de protocolo com Ministério da Saúde

Sesapi monitora a situação de cinco piauienses com suspeita de uma segunda infecção

20/10/2020 12:42

Membros da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) participaram, na última segunda-feira (19), de uma reunião remota com autoridades nacionais, para discutir a elaboração de um protocolo com regras e orientações de atendimento a pacientes que relatam possíveis reinfecções pelo novo coronavírus (Covid-19).

“Está sendo elaborando um manual para reinfecção, que ainda será avaliado pela coordenação de laboratórios, infectologistas e pela equipe técnica do ministério, embora ainda não possamos dizer que exista reinvenção”, explica Amélia Costa, coordenadora de epidemiologia da Sesapi.

Promovido pelo Ministério da Saúde após de casos suspeitos de uma segunda infecção pelo vírus em diversos estados brasileiros, inclusive entre piauienses, o intuito do encontro foi traçar formas para padronizar os procedimentos para identificação de supostas reinfecções, como ocorre em outros países.

A epidemiologista da Sesapi explica que só após a implantação deste protocolo será possível afirmar se há ou não evidências para afirmar se houve ou não reinfecção pela Covid-19. Uma das propostas é o pareamento de alíquotas sanguíneas entre exames antigos e mais recentes de pessoas diagnosticadas com a doença após curado em outro momento.

“Sabe-se que o vírus permanece no organismo até três meses e a pessoa vai fazendo exames e vão aparecendo cristais de vírus, que segundo a literatura não são infecciosos mas ninguém comprova isso ainda. Como a doença é muito nova e ainda não há muitos estudos, fica uma interrogação”, pondera Costa.

Sesapi monitora e investiga pelo menos cinco casos suspeitos de reinfecção (Assis Fernandes/ODIA)

No Piauí, o Centro de informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS-PI) monitora e investiga a situação cinco indivíduos que testaram positivo para o novo coronavírus (Covid-19) em exames realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen-PI), foram curados e tornaram a manifestar sintomas. 

“Foram realizadas as coletas e o Lacen fez novamente o teste RT-PCR e a pesquisa do painel de viral, que investiga 12 vírus. Se der negativo, serão enviados para outros laboratórios de referência, que ainda não está definido qual é. Mas desses cinco, não há resposta alguma ainda”, pontua Amélia Costa, coordenadora de epidemiologia da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi).

Mesmo não sendo uma dessas pessoas, Jacyara Araújo, que relatou a nossa reportagem ter manifestado os primeiros sintomas em março e ser diagnosticada com o patógeno no mês seguinte, quando trabalhou como técnica de enfermagem no setor de atendimento à pacientes com Covid-19, mas já estava curada. 

Apesar disso, voltou a sentir os mesmos sintomas que haviam sidos tratados anteriormente. “Vieram mais fortes desta vez. Tive alterações no paladar e olfato, que levaram a falta de apetite, secreção no pulmão e suspeita de pneumonia. Não dei febre, mas senti dores no corpo, além de indisposição e fraqueza”, relatou.

Por conta disso, a enfermeira buscou novamente atendimento médico em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Teresina. Após relatar os mesmos sinais de antes, foi submetida a mais um teste que acabou confirmando, uma segunda vez, sua contaminação pelo vírus.   

Situação semelhante viveu uma empresária teresinense que não quis ter sua identidade revelada. Ela conta que, apesar de ser considerada curada após contrair a doença em meados de maio, voltou a testar positivo depois de manifestar os sintomas da doença novamente. “Mais fortes, com muita falta de ar e dor em todo o corpo”, disse.

Por: Breno Cavalcante
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