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Qualidade de vida no Piauí melhorou, mas continua a segunda pior do país

O estado aparece na segunda colocação do ranking

18/11/2012 09:15

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou ontem (17) um levantamento sobre o índice de vulnerabilidade dos brasileiros. Os dados identificam os obstáculos que ainda impedem parte da população do Piauí de viver com qualidade. O Estado aparece na segunda colocação do ranking entre os estados com maior índice de vulnerabilidade das famílias: 32,3%, o que indica que os fatores considerados para o cálculo ainda são precários. Ao mesmo tempo, integra a lista das regiões do país que mais diminuíram sua vulnerabilidade, ou seja, qualidade de vida, no período compreendido entre 2003 a 2009.

De acordo com a análise, baseada em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), em 2009 a população estava 15,9% menos vulnerável a riscos sociais que em 2003. A pesquisa, intitulada "Vulnerabilidade das Famílias entre 2003 e 2009", considerou a variação de dimensões sociais e econômicas no período e constatou que a vulnerabilidade se concentra mais fortemente nas áreas rurais de Alagoas, Maranhão, Piauí, Ceará e Pernambuco.

A vulnerabilidade das famílias, conforme o estudo, é fenômeno que "se circunscreve de forma ampla e pode restringir acesso a oportunidades de maneiras diversas, seja pela qualidade inadequada da habitação em si ou pela sua precária localização, seja pela falta de acesso à educação e ao conhecimento, seja pelos efeitos dessa falta de conhecimento na prevenção e profilaxia da saúde, por exemplo".

Dessa forma, para calcular o índice, foram considerados os fatores de acesso a conhecimento e a trabalho, a escassez de recursos, desenvolvimento infanto-juvenil, vulnerabilidade e condições habitacionais dos piauienses. Quanto maior for o índice, pior o resultado. A média nacional reduziu de 26,5% em 2003 para 23,1% em 2009. Dos nove estados nordestinos, oito encabeçam a lista.

No Nordeste, além do Piauí, o índice de vulnerabilidade teve maior decréscimo no Maranhão (17,7%), seguido de Bahia (16,3%), Rio Grande do Norte (14,8%), Ceará (14,5%), Pernambuco (14,3%), Alagoas (12,8%) e Paraíba (12,3%). O tópico que apresenta a menor taxa no Estado é o acesso ao conhecimento, com 65,4%. O melhor número registrado foi o desenvolvimento infanto-juvenil, com somente 5,9% de vulnerabilidade.

No caso do Piauí, escassez de recursos e condições habitacionais também foram os pontos que apresentaram melhoria: somente 32,7% e 26,8%, respectivamente. No período, apresentaram elevação os indicadores associados à presença de idoso nas famílias e à ausência de cônjuge. "A população envelhece e a proporção de famílias chefiadas por apenas um adulto aumenta", informa o estudo. Outro dado da pesquisa é que há aumento do número de membros da família em idade ativa e redução da presença de crianças e bebês no conjunto dos domicílios.

O Distrito Federal, com taxa de 17%, lidera o ranking de unidades federativas com a melhor qualidade de vida, ou seja, onde há mais desenvolvimento infanto-juvenil, condições habitacionais, acesso a conhecimento e a trabalho e também menor escassez de recursos e vulnerabilidade. O objetivo do estudo do Ipea foi identificar geograficamente dimensões variadas que afetam as famílias brasileiras, em seus domicílios, sem a consideração da ação do

Poder Público na reação dessas famílias às dificuldades, bem como suas possibilidades de acesso à melhor qualidade de vida.

Por: Mayara Bastos - Jornal O DIA
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