Mototaxistas que atuam nas proximidades do Hospital Universitário (HU) cobram maior agilidade no processo de formalização de um ponto de trabalho da categoria no local. Segundo eles, há mais de dois meses, o pedido foi encaminhado para a administração da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), mas, até o momento, não houve nenhuma resposta definitiva. 

Os profissionais alegam que a rua que passa em frente à entrada principal do Hospital, local que seria destinado para a criação do ponto, é tomada por mototaxistas clandestinos, o que dificulta o lucro de quem trabalha formalmente. De acordo com o mototaxista Airton Rodrigues, quando eles tentam se aproximar da entrada do Hospital, são alertados, pelos seguranças, a deixarem o espaço. “Parece que tem um privilégio aqui. É uma controvérsia, porque nós como regulares, deveríamos ser apoiados pela administração do H.U para realizarmos as corridas de forma segura e legal aos pacientes que aqui chegam, mas não é assim que acontece”, afirma. 

Foto: Assis Fernandes/ ODIA

Rubens Batista, que trabalha há 17 anos como mototaxista, afirma que a falta de um ponto formalizado facilita a ação dos clandestinos. “Queremos denunciar a ilegalidade e pedir que o Sindicato nos auxilie nessa formalização do ponto, porque a gente fica aqui e o número de corridas é bem abaixo do esperado, porque eles estão em um ponto estratégico, e nós ficamos distantes dos pacientes. Enquanto eles fazem cinco corridas, a gente faz uma porque não está em um ponto legalizado”, pontua.

Os mototaxistas clandestinos possuem colete profissional, mas sem numeração. As motocicletas utilizadas por eles não são padronizadas, como manda a legislação. “A população também é prejudicada, pois corre risco de sofrer danos com toda essa ilegalidade que existe na nossa profissão. Nós temos identificação no colete, na motocicleta e a numeração está nos identificando, caso ocorra algo”, alerta o mototaxista Airton Rodrigues. 

Procurado pela reportagem de ODIA, o presidente do Sindicato dos Mototaxistas de Teresina, Domingos Santos, afirmou que a categoria vai cobrar da Superintendência de Transporte e Trânsito (Strans), um maior rigor na fiscalização dos clandestinos que atuam na capital. “Estaremos em reunião com os representantes da Strans para tratar dessa questão. Infelizmente, em vários locais enfrentamos esse problema da atuação de mototaxistas irregulares”, pontua. 

Contraponto 

Por ficar localizado dentro do campus da Ufpi, a autorização para a instalação do ponto de mototaxistas do Hospital Universitário, cabe à administração superior da instituição. A gerente de administração do HU, Maria Raquel de Castro, explicou que o pedido já chegou às mãos dos gestores do hospital, mas que uma falha de comunicação tem impossibilitado a resolução do impasse. 

“Essa formalização foi encaminhada pela Universidade, mas o documento dá a entender que o ponto deve ser instalado no estacionamento, o que é inviável. Por conta disso, teremos que mandar o pedido de volta à Prefeitura Universitária, para alguns esclarecimentos”, explicou. 

Ainda de acordo com Maria Raquel de Castro, a expectativa é que o impasse para a formalização seja solucionado na próxima semana. “Pretendemos encaminhar esse pedido de volta já na próxima semana”, garantiu.

Por: Paloma Vieira e Natanael Souza- Jornal O Dia