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Professores da rede estadual decidem manter greve por reajuste de 6,81%

Por enquanto, os trabalhadores estão recebendo apenas um índice de 2,95%, que corresponde à inflação acumulada em 2017.

11/07/2018 17:46

Em assembleia geral realizada na manhã desta quarta-feira (11), os professores da rede estadual de educação decidiram manter a greve da categoria, iniciada há pouco mais de um mês.

A principal reivindicação do movimento é que o Governo do Estado pague um reajuste de 6,81% aos docentes e de 3,15% aos demais trabalhadores da educação, passando a 3,95% a partir de setembro. Por enquanto, os trabalhadores estão recebendo apenas um índice de 2,95%, que corresponde à inflação acumulada em 2017.


Professores confirmaram continuidade da greve durante assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (Foto: Divulgação / Sinte-PI)


A presidente do Sinte-PI, professora Paulina Almeida afirma que os professores vão continuar em greve até que o Governo do Estado aplique os percentuais exigidos nos contracheques. De acordo com a sindicalista, o governador Wellington Dias (PT) tem ignorando os interesses dos trabalhadores da educação, e preocupa-se apenas em conseguir um novo mandato à frente do Palácio de Karnak.

“Temos feito e faremos muitas outras ações vitoriosas, grandiosas, mostrando a resistência e a força da classe trabalhadora na busca de uma escola pública de qualidade. O governo não está preocupado com a educação, a preocupação dele é com a reeleição", frisou Paulina.

Os percentuais de 6,81% e 3,95% foram acertados em março, numa negociação entre o Governo e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí (Sinte-PI). O acordo foi intermediado pela Justiça, por meio do desembargador Joaquim Dias de Santana Filho.

A proposta foi enviada à Assembleia Legislativa e aprovada pelos deputados estaduais, mas, em seguida, vetada pelo governador Wellington Dias (PT). 

Segundo o Governo, embora os percentuais exigidos pelos trabalhadores tenham sido aprovados no acordo firmado com o sindicato em março, esses índices já não podem ser pagos aos servidores, pois os deputados teriam demorado a aprovar os reajustes na Assembleia, o que só ocorreu depois do dia 10 de abril, prazo limite estabelecido pela legislação eleitoral para que o poder público conceda aumentos salariais acima da inflação acumulada no período.

O veto de Wellington chegou a ser derrubado pelos deputados no início de junho, mas semanas depois a mesa diretora da Alepi apresentou uma resolução para cancelar a sessão em que os parlamentares derrubaram o veto. E, desta vez, o governo conseguiu o voto da maioria dos deputados.

Segundo o sindicato, não há fundamento na justificativa apresentada pelo governo para não conceder os reajustes acertados em março, pois, embora a Justiça Eleitoral tenha proibido aumentos acima da inflação a partir do dia 10 de abril deste ano, o acordo que definiu os percentuais de 6,81% e 3,15% ocorreu ainda em março, inclusive com a mediação do desembargador Joaquim Santana.


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Em junho, o Sinte-PI ajuizou uma ação pedindo que a Justiça determine que o Governo cumpra o acordo salarial feito em março. Os trabalhadores em educação aguardam a decisão da Justiça.

Ainda na assembleia realizada na manhã desta quarta-feira, a categoria aprovou a realização de novos atos. Nos dias 12 e 13 de julho farão mobilizações com panfletagens em frente a escolas da rede estadual, em praças e em mercados públicos.

No dia 16 de julho, a partir das 8 horas, haverá uma marcha em defesa da educação pública. A concentração será no Teatro de Arena, na Praça da Bandeira, e os trabalhadores vão passar por várias ruas do centro de Teresina, seguindo até o Palácio de Karnak e, em seguida, ao prédio do Iaspi (Instituto da Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado). 

Uma nova assembleia geral foi marcada para o dia 17, a partir das 9 horas.

Por: Cícero Portela
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