Segundo dados do Boletim da 51° Semana Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), o Piauí alcançou, em 2020, uma redução dos casos de dengue, zika e chikungunya em relação ao mesmo período de 2019. Os casos de dengue apresentaram uma redução de 72,7% nos registros, enquanto que zika e chikungunya tiveram reduções respectivas de mais de 76,9% e 79,6%.

Em 2019, foram registrados 8.009 casos prováveis de dengue e 2020 foram contabilizados 2.168 casos de dengue, uma diferença de 72,7%. Os dados mostram também que os municípios com os maiores números de casos prováveis com respectiva incidência são: Teresina com 1.003 notificações, Alagoinha do Piauí (84), Ribeiro Gonçalves (73), Queimada Nova (46) e Pedro II (50).

"Essa queda atribuímos há alguns fatores, por exemplo, existem quatro tipos virais de dengue, onde o contato com cada um deles faz com que a pessoa fique com imunidade permanente, ou seja, cada pessoa tem a possibilidade de ter dengue quatro vezes. O que a gente observa é que no Estado circulam, por um certo período, dois tipos de dengue vírus, isso ocorre desde o final de 2018. Sendo assim, boa parte da população já teve contato com esses tipos virais, e consequentemente esses dados vão diminuindo", explica Ocimar Alencar, técnico de Vigilância em Saúde da Sesapi.

Outro fator que possa ter contribuído para diminuição no número de casos de dengue em 2020, é o fato das pessoas estarem mais em seus ambientes familiares em razão da pandemia, causada pelo novo coronavírus. 

"Isso pode ter despertado mais para que as pessoas cuidassem de seus ambientes, para não deixar os criadouros dos mosquitos. Já que nós sabemos que mais de 80% dos criadouros ocorrem em ambiente domiciliar", diz Ocimar Alencar.

Dengue X pandemia 

A pandemia causada pelo novo coronavírus modificou a vida de milhares de pessoas no mundo. Os atendimentos médicos passaram a ter foco total nos casos relacionados a Covid-19. A dengue e outras doenças passaram a ficar em segundo plano. Mas segundo Ocimar Alencar, não houve subnotifucação no número de casos de dengue em 2020.

"Nós não acreditamos que a pandemia tenha contribuído para subnotificar os casos de dengue. Acreditamos sim, na persistência dos dois tipos virais nos últimos dois anos e os cuidados das pessoas com a casa", afirma Ocimar Alencar.

Ocimar Alencar registra ainda que a Coordenação de Saúde Ambiental que cuida da vigilância, não só da dengue como de outras doenças, está organizada e tem distribuído os insumos para todas regionais de saúde.

"Este ano já tivemos uma reunião com o coordenador da Vigilância Ambiental e já foi definido os calendário de controle e enviado para os municípios, assim como a definição das pesquisas que visa levantar o percentual da presença de larvas no município, onde vamos ter a primeira pesquisa a partir do dia 01 de março", explica Ocimar Alencar.

Combate ao mosquito Aedes aegypti

O mosquito da dengue também transmite chikungunya e o vírus zika. Por isso é preciso mobilizar as famílias e eliminar a água parada, ajudando, assim, a combater os focos que podem virar criadouro do Aedes aegypti, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Prevenção/Proteção

Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo expostas, aplique repelente nessas áreas. Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.

Cuidados

Caso observe o aparecimento de manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, busque um serviço de saúde para atendimento. Não tome qualquer medicamento por conta própria. Procure orientação sobre planejamento reprodutivo e os métodos contraceptivos nas Unidades Básicas de Saúde.

Por: Sandy Swamy