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Piauí pode ficar mais quente nos próximos anos

Segundo climatologista, fenômeno se deve a fatores naturais e antrópicos, ou seja, provocados pela interferência e modificações do homem

13/02/2019 09:45

A temperatura média da Terra em 2018 foi a quarta mais alta já registrada até hoje. A informação foi dada por cientistas do governo americano. A expectativa de climatologistas, atentos às transformações climáticas, é que a temperatura seja elevada ainda mais nos próximos anos e o Piauí irá acompanhar esta evolução.

O relatório divulgado pela agência espacial norte-americana, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, em conjunto com a Nasa, aponta que a temperatura média global foi de 14,69 graus centígrados, ou 0,79 grau acima da média do século 20. Trata-se da quarta maior alta desde 1880, o primeiro ano em que esses dados foram disponibilizados.

“Esse relatório do NOA é uma referência internacional para compreender a dinâmica climática propriamente dita, levando em conta a variação da superfície do mar e da temperatura da Terra. Essa é uma média. Em alguns pontos do planeta está mais elevada, em outros a proporção é menor”, explica Werton Costa, professor de climatologia da Universidade Estadual do Piauí.


A temperatura média da Terra em 2018 foi a quarta mais alta já registrada até hoje - Foto: Arquivo O Dia

As informações divulgadas também mostram que os cinco anos que ocupam as principais posições, entre os mais quentes, são aqueles que começam a partir de 2014, estando o ano de 2016 no topo da estatística. Os dados indicam que o aquecimento global não mostra sinais de que vai parar.

Segundo Werton, as alterações climáticas que vem acontecendo são causadas por dois fatores. O primeiro deles é natural, que são ações da própria natureza que modificam sua dinâmica como, por exemplo, a liberação de gases oriunda de erupções vulcânicas. A segunda é antrópica, ou seja, seria o aquecimento provocado pela interferência e modificações do homem.

Para o climatologista, quando se fala em reverter o quadro de aquecimento, é preciso pensar e agir localmente. “É o desmatamento que leva à enchente, à seca, quando não se tem cobertura vegetal, compromete a impermeabilização do solo e há todo um conjunto de transtorno que repercute na qualidade de vida”, pontua.

Por fim, Werton confirma que, no Piauí, a alta das temperaturas também tem sido registrada, especialmente em áreas que já eram muito quentes, como cidades do interior do Estado, a exemplo de Bom Jesus e Gilbués. O que chama atenção, segundo ele, são as mudanças climáticas em áreas onde há substituição da cobertura natural no solo por outros cultivos. “Se a gente seguir a lógica do NOA, construída a partir de um discurso cientifico, as temperaturas no Piauí devem subir”, finaliza o climatologista.

Por: Yuri Ribeiro - Jornal O Dia
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