Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Piauí está entre os cinco melhores centros de capoeira do Brasil

O mestre Brucutu, de Brasília (DF), veio ao Estado ministrar aulas, disseminar e estimular a prática dessa arte nos municípios

03/05/2014 17:14

�€œA gente transforma a sociedade por meio dessa ferramenta, e ela é poderosíssima. A capoeira não é uma coisa só, ela é uma arte que engloba várias artes�€. Há mais de duas décadas praticando capoeira, Sérgio Luis dos Santos Lima, ou mestre Brucutu, leva os ensinamentos dessa expressão cultural a milhares de pessoas em diversos lugares do Mundo. O Piauí recebeu esse experiente capoeirista vindo de Brasília (DF), que busca em suas andanças, disseminar e estimular a prática dessa arte.

Segundo o mestre, o Piauí está entre os cinco maiores centros de capoeira do Brasil. Ele ressalta que o Estado apresenta qualidade superior a muitas federações. �€œMuita gente tem interesse e ela está bem difundida, e melhor, a qualidade é impressionante, e eu sempre soube disso. A gente acha que a Bahia é o lugar de melhor qualidade e a maior técnica o Rio de janeiro, mas aqui é famoso por agregar um pouco dos dois, tanto luta quanto técnica�€, contou Brucutu.

Fotos: Elias Fontenele

Uma das cidades piauienses que recebeu a visita do mestre foi Luzilândia (a 240km de Teresina). Segundo o capoeirista, muitas pessoas compareceram à aula realizada no último dia 30 de abril. Brucutu explicou que o esporte tem sido bastante difundido e ganhado força no município ao longo dos anos. �€œEstou impressionado com Luzilândia, que é um lugar ermo, mas há muita qualidade. A capoeira trazida pelo mestre Mucuim [Antônio Filho], que faz capoeira em Luzilândia há 14 anos, coloca capoeiristas de Luzilândia a nível nacional�€, relatou.

Brucutu vê nos jovens da cidade um grande potencia para a capoeira. Ele salientou que os novos capoeiristas devem buscar outros objetivos e destino. �€œEu sempre digo para eles, que se eles querem ir para outro lugar, para irem para fora [do país], pois eles têm um nível mundial e precisam acreditar neles�€, reforçou o mestre.

Mestre Brucutu (esquerda) ao lado do Mestre Touro em roda de capoeira na capital (Fotos: Elias Fontenele / O DIA)

O capoeirista contou ter visto muitos talentos na cidade de Luzilândia e enfatizou que esses jovens precisam lançar-se em outros países, vez que no Brasil ainda não há incentivo e investimento na capoeira. �€œEu vi uns 10 capoeirista muito bons e eu sempre digo que, com a qualidade que eles têm, eles vão para fora e serão reconhecido, coisa que aqui a gente não é�€, pontuou Brucutu.

Para que o brasiliense viesse à Teresina, os mestres de outras cidades piauienses mobilizaram-se e compraram a passagem do capoeirista e ofereceram-lhe hospedagem. Isso porque não há investimentos por parte do poder público que incentive a vinda de esportistas de outros estados.

Desde a última quarta-feira (30/04), quando às aulas tiveram início em Luzilândia, mestre Brucutu visitou as cidades de Barras, Porto e Teresina, onde se apresentou nos grupos de capoeira e abriu espaço para perguntas, matando assim um pouco da curiosidade dos jovens dos municípios. Apenas nos três primeiros dias, o capoeirista ministrou aula para quase mil alunos. 

�€œ�‰ bom poder brincar com o pessoal, divulgar o que eu penso. Teresina é um centro de capoeira conhecidíssimo, mas por ser humilde e longe do centro, não tem lugar. As pessoas comentavam, nos anos 1980, que Brasília era a parte da luta e o Rio de Janeiro a parte técnica, mas o batalhão da capoeira está em Teresina�€, frisou o mestre Brucutu sobre sua visita ao Estado.

As aulas, que duram em média uma hora e meia, muitas vezes terminam se estendendo dependendo da empolgação da turma. �€œFazemos uns 50 minutos e aula, 15 de alongamento e 50 de treino, mas a roda vai enquanto houver energia. Mas como estou vindo de fora, oportunidade única e o pessoal está excitado, então eu deixa até a energia acabar, então eu abro para perguntas�€, contou mestre Brucutu, acrescentando que, �€œantigamente, quando se vinha dar curso em Teresina, tinha que ser em lugar aberto, porque era uma cabeçada de gente, e gente humilde�€.

Leia a íntegra da reportagem na edição deste domingo (4) do jornal O DIA.

Fonte: Jornal O DIA
Por: Isabela Lopes
Mais sobre: