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Piauí é o terceiro Estado com maior taxa de informalidade do Brasil

A informalidade é uma característica histórica do mercado de trabalho brasileiro que constitui importante marcador de desigualdades.

06/11/2019 13:51

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de trabalhadores em ocupações informais no Piauí (62,4%) foi a terceira maior do País em 2018, atrás apenas do Maranhão (64,9%) e Pará (64,8%). A informalidade do mercado de trabalho é mais proeminente nas Regiões Norte e Nordeste. No mesmo ano, a proporção de trabalhadores em ocupações informais alcançou 59,2% na Região Norte e 56,3% na Região Nordeste.


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A informalidade é uma característica histórica do mercado de trabalho brasileiro que constitui importante marcador de desigualdades. Como consequência, há uma grande quantidade de trabalhadores sem acesso aos mecanismos de proteção social vinculados à formalização, como a remuneração pelo salário mínimo, o direito à aposentadoria e às licenças remuneradas, como para maternidade ou por afastamento laboral por motivo de saúde.

A taxa de desocupação, que teve como valor mínimo 6,9% em 2014, aumentou continuamente até 12,5%, em 2017. Em 2018, o aumento foi interrompido e a taxa de desocupação foi de 12,0%. Em 2014, a taxa de desocupação no Piauí era de 5,9%; em 2018 saltou para 12,6%. 


Piauí é o terceiro Estado com maior taxa de informalidade do Brasil - Foto: Arquivo O Dia

Com relação a 2014, todas as Grandes Regiões do País registraram taxa de desocupação mais alta em 2018, indicando que, apesar da branda recuperação do PIB e do consumo das famílias em 2017 e 2018, descrita nos tópicos anteriores, o mercado de trabalho ainda não recobrou o mesmo fôlego. Na Região Norte, a taxa passou de 7,6% para 12,3%, no Nordeste de 8,4% para 14,5%, no Sudeste de 7,0% para 12,7%, no Sul de 4,2% para 7,8% e no Centro-Oeste de 6,0% para 9,2%. 

O grupo etário mais afetado pela desocupação é o das pessoas entre 14 e 29 anos de idade. Para esse grupo, a taxa de desocupação, que era de 13,0% em 2014, aumentou ano após ano, até alcançar 22,6% em 2017, mantendo-se em 22,3% em 2018. Conjunturas econômicas desfavoráveis tendem a atingir com mais intensidade a ocupação dos jovens, que também leva maior tempo para se recuperar posteriormente. A falta de oportunidades de emprego para a juventude é um desafio que se coloca no nível internacional, compondo três metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8 da Agenda 2030.

O grupo das pessoas de 14 a 29 anos é marcado pela maior desigualdade entre os sexos na taxa de desocupação, com uma diferença de 5,3 pontos percentuais entre homens e mulheres em 2018. A desigualdade entre os sexos na taxa de desocupação diminui nos grupos de idade mais avançada, o que pode ser atribuído à saída mais cedo das mulheres da força de trabalho, que reduz a pressão sobre o mercado de trabalho.


Foto: O Dia

Taxa de desocupação e de subutilização

As taxas de desocupação e de subutilização (taxa composta da subutilização da força de trabalho) mostraram forte crescimento nos anos de 2015 a 2017; enquanto o nível de ocupação, definido como a população ocupada em relação à população em idade de trabalhar, registrou redução.

Isto é, o contingente que ingressou na força de trabalho ou que estava ocupado, em parte, passou a compor a população desocupada ou subutilizada nos anos finais da série. Em 2018, houve redução da desocupação (12,0%), que permanece quase o dobro da observada em 2014, embora a subutilização tenha crescido (24,6%).

Nos três anos finais da série, além do aumento da subutilização da força de trabalho e da elevada desocupação, os resultados revelaram que as condições de trabalho foram desfavoráveis também para os que se mantiveram ocupados. A avaliação do emprego por posição na ocupação evidenciou a interrupção do crescimento da participação dos empregados com vínculo formal de trabalho e a reversão da tendência para a proporção mais baixa já registrada, de 47,4%, em 2018.

Por sua vez, tanto a proporção da população ocupada sem carteira de trabalho, quanto a de trabalhadores por conta própria, registraram elevações contínuas a partir de 2015.

Por: Isabela Lopes,
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