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Piauí 198 anos: Joias piauienses simbolizam conexão com as origens

Estado se destaca pelas joias produzidas, especialmente aquelas com Opala, pedra encontrada apenas no município de Pedro II.

19/10/2020 07:17

Que o Piauí tem inúmeras riquezas, isso é inegável. Mas, dentre elas, o Estado se destaca pelas joias produzidas, especialmente aquelas com Opala, pedra encontrada apenas no município de Pedro II, região Norte do Estado, e na Austrália. Porém, outros elementos ganham espaço na fabricação dessas joias, tanto em matéria -prima como formas. O resultado são peças únicas e com uma identidade característica do Piauí, que encanta a todos em qualquer lugar do mundo. 


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A professora de Moda e designer de joias, Caroline Carvalho, se inspira diariamente no Piauí para criar e produzir suas joias. Nascida em Fortaleza, mas piauiense de coração, atualmente, ela mora em Buenos Aires, na Argentina, e, mesmo longe do Estado, mantém ligação com suas origens e se alimenta das lembranças e vivências para desenvolver peças que trazem a essência piauiense. Sua primeira coleção, Boa Sorte, foi inspirada nas crenças e costumes presentes na vida das mulheres do interior do Estado, sobretudo em sua mãe. 


Peças trazem elementos e símbolos que representam nosso estado - Foto: Arquivo Pessoal

“Moro em outro País há dois anos, mas são os mais de vinte anos que vivi no Piauí que seguem me inspirando. Meu olhar está direcionado para o afeto das pessoas, à natureza e à arte. É aí que encontro minhas referências de criação. Sempre gostei de símbolos místicos como carrancas, anjos, figa, trevo de quatro folhas, sal grosso. As peças tinham todos esses elementos, alguns talhados em madeira e que seguimos produzindo”, conta. 

Posteriormente, Caroline Carvalho viria a lançar uma nova coleção, dessa vez a Sol do Equador, desenvolvida por uma marca local. As peças traziam desde desenhos do artista plástico Nonato Oliveira ao mapa do Piauí. Entre as joias, um brinco de carnaúba que já lhe rendeu três edições diferentes, a última com madeira. E as inspirações e homenagens não param por aí. “Este mês temos três peças novas que criei pelo mês do Piauí. O colar de caju divulguei essa semana e clientes piauienses que moram em outros estados já adquiriram a peça. Isso simboliza uma conexão com suas origens!”, pontua a designer de joias. 


Foto: Arquivo Pessoal

Frutos 

Caroline conta que sua relação com o Piauí já lhe rendeu grandes experiências, vivências e histórias para contar. E essas lembranças que carrega são disseminadas diariamente por onde quer que ela vá, além de ser o berço de suas inspirações para criar e desenvolver seu trabalho. 

“Piauí está em mim: meus afetos e trabalho. Nasci em Fortaleza e, quando tinha três meses de vida, meus pais resolveram que íamos morar em São Paulo. Seis anos depois, voltamos para o Nordeste, desta vez para o Piauí, e a cidade escolhida foi Barras, cidade natal da minha mãe. Minha infância teve muito banho de rio e as frutas mais saborosas, para mim, como a manga rosa, goiaba e seriguela. Já viajei muito pelo Piauí, a passeio e a trabalho. Conheço mais de 80 municípios. Faz parte do meu repertório aonde quer que eu vá”, relata Caroline Carvalho. 

Nesses dois anos em que está morando na Argentina, a designer de joias já participou de duas feiras de negócios autorais. Ela explica que são eventos que servem como termômetro para medir a receptividade do seu produto. A maioria das clientes da sua marca, em Buenos Aires, ela conheceu durante a feira. ´

“Até antes da pandemia, eles compravam sempre que chegavam as peças por aqui. O portenho (o argentino da capital) é muito investigativo, tem curiosidade para saber desde como pensei a peça até o local em que foi feita. Eu, que gosto desse processo de contar histórias e de uma boa conversa, começo falando das opalas de Pedro II, sigo para praia de Barra Grande e vou fazendo algumas pausas até chegar à Serra da Capivara. Gosto de dizer que sou contadora de histórias através de aulas e joias”, completa Carolina Carvalho.

Por: Isabela Lopes
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