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Passageiros reclamam da falta de acessibilidade no metrô de Teresina

Na Estação Alberto Silva, quando os cadeirantes chegam, nem passam no portão e os que chegam de outras estações descem as escadas carregados no colo.

13/11/2019 07:10

O aposentado Paulo Lopes, de 62 anos, trabalha há 8 anos no metrô de Teresina. Ele vende chiclete, água e doces. Paulo tem baixa visão, apenas 15%, e ainda assim consegue ver a situação de idosos e cadeirantes que passam precisam utilizar o meio de transporte diariamente.


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“Para subir com o isopor e a mercadoria, é tudo no braço, porque a escada rolante só funcionou durante alguns meses, assim que inaugurou e parou. E o problema todo é o transformador que não suporta o funcionamento do elevador e da escada rolante, que ajudaria muitas pessoas”, conta Paulo Lopes se referindo à Estação Alberto Silva, localizada na Praça da Bandeira, Centro da cidade.

A professora aposentada Ivelta de Araújo, de 53 anos, também critica a falta de acessibilidade do metrô, bem como a falta de limpeza no local. Ela conta que sempre andou de metrô, desde quando estudava na Universidade Estadual do Piauí e, agora, usa o meio de transporte como passatempo para ir ao Centro da cidade e ver pessoas.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

“Toda minha família anda de metrô porque moramos perto de uma estação. E aqui é bom e barato, temos ar condicionado e é rápido. Muito melhor que os ônibus. Mas vejo que a população não valoriza, joga lixo, depreda. Fora a falta de atenção do poder público, pois não temos elevador, escada rolante, acessibilidade zero, isso é revoltante”, argumenta Ivelta.

Um funcionário do metrô, que preferiu não se identificar, revelou à reportagem de O DIA que a escada rolante e o elevador da Estação Alberto Silva funcionaram apenas por seis meses após a inauguração. Ele relata ainda que, quando os cadeirantes chegam à estação, nem passam no portão e os que chegam de outras estações descem a escada carregados no colo.

Sem banheiros

Já a dona de casa Ozineide Gomes, de 45 anos, conta que passou por uma situação constrangedora ao acompanhar sua mãe, que anda de muletas devido a um problema nas pernas. A mãe precisou ir ao banheiro e não tinha nenhum na Estação Alberto Silva.

“Hoje passei um aperto, minha mãe precisa muito ir ao banheiro e não tinha. Como minha mãe já idosa, ela não consegue passar muitas horas sem ir ao banheiro. Eu recomendo que tenha banheiro público nas estações, pois é uma necessidade básica do ser humano”, disse Ozineide Gomes.

Estações sem cobrador

Além dos problemas citados pela população, outra situação preocupante é a da Estação da Avenida dos Ipês, na zona Leste da cidade, que não foi concluída e não possui cobrador. Por isso, os moradores da região que utilizam o veículo não pagam a passagem, que custa R$ 1,00.

A Estação Ilhotas também é deserta e não tem cobrador. Ela fica às margens de uma comunidade e, segundo os passageiros, usuários de drogas ficam no local.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Contraponto 

De acordo com Paulo Martins, diretor da Companhia Metropolitana de Transporte Públicos do Piauí (CMTP), não há previsão para revolver os problemas apontados nesta reportagem.

“A questão dos cobradores está nos orçamentos de reforma e a adaptação das estações na Caixa Econômica Federal, portanto não temos previsão”, concluiu Paulo Martins.

Por: Sandy Swamy, do Jornal O Dia
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