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Ônibus devem voltar a circular em Teresina nesta terça após audiência de acordo

Os trabalhadores irão ceder e caso as reivindicações não sejam cumpridas em quatro meses, a categoria volta a paralisar.

15/03/2021 11:19

A greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Teresina pode acabar nesta terça-feira, 16. Isso porque a categoria pretende recuar mesmo sem conquistar os direitos exigidos em relação ao pagamento dos salários atrasados, ticket alimentação e plano de saúde.


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A decisão ocorreu após uma reunião na última sexta-feira, 12, com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PI). Durante o encontro ficou acordado que a greve seria decretada ilegal e os trabalhadores teriam que retornar aos seus postos. Desta forma, a greve dos ônibus em Teresina deve ter fim e o transporte público deve voltar a normalidade amanhã.

"A gente está retornando porque houve uma proposta da justiça por uma trégua, mas não tem nada definido. É uma situação humilhante para um trabalhador e um pai de família que precisa pedir para receber um salário que é definido por lei, é um descaso total", conta Webert Pereira, cobrador do transporte público de Teresina.

Diante da situação, a categoria se reuniu em protesto pela última vez, antes de retornar ao trabalho, em frente a Prefeitura Municipal de Teresina (PMT), em busca de conversar com o  prefeito da capital piauiense, Dr. Pessoa (MDB).


(Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

"Na realidade o sentimento de greve continua. A gente teve uma tentativa conciliação na sexta-feira e não houve um acordo em relação a proposta da presidente do Tribunal Regional do Trabalho. Mas a categoria quer um diálogo com o prefeito sobre o pagamento dos salários atrasados e os benefícios", explica Ajuri Dias, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piaui (SINTETRO).

Segundo o sindicato, a justiça pediu 90 dias  para providenciar as reivindicações da categoria em relação aos direitos já conquistados, como: pagamento do salário em dia, ticket, plano de saúde e assinatura da convenção de 2019 . Com isso, os trabalhadores optaram por ceder durante quatro meses (120 dias), mas, após este período, os motoristas e cobradores pretendem paralisar novamente, caso as medidas não sejam cumpridas.

"Essa greve é porque nós estamos sem receber os nossos salários de dezembro, janeiro e cinco dias de fevereiro. Nós vamos voltar pior do que quando começou a greve, por que eles disseram que não vão pagar este dinheiro. E na nossa carteira de trabalho tem um salário fixo e querem pagar a gente por dia ou por horas trabalhadas", finaliza Antônio Cardoso, motorista.

Outro lado

O Setut informou ao PortalODia.com, que aceitou a proposta apresentada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) realizada em audiência na sexta-feira, dia 12. 

"Dentre as propostas estão o retorno imediato do sistema de transporte para segunda-feira (15), suspensão do movimento por 120 dias, pagamento de salário de janeiro até quinta-feira, dia 18, após o repasse da Prefeitura referente ao acordo firmado com as empresas. Além disso, o mês de fevereiro ficará para discussão no dissídio da greve", explica o Setut.

Diante da proposição do TRT, o Sintetro ficou de analisar o que foi decidido e dará sua resposta nesta segunda-feira, 15, após audiência com os trabalhadores.

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