Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Número de pedintes nas ruas do Centro de Teresina aumenta no fim de ano

Essas pessoas aproveitam o período de emoções afloradas para pedir dinheiro para comprar medicamentos, fazer uma cirurgia ou alimentar-se.

27/11/2015 07:02

Com a proximidade do período natalino, o fluxo de consumidores, e consequentemente de dinheiro, aumenta no Centro de Teresina. Isso faz crescer também a quantidade de pedintes. Sentados em calçadas, encostados nas paredes ou nos pontos de ônibus, essas pessoas pedem dinheiro alegando que usarão o valor para comprar um medicamento, fazer uma cirurgia ou ainda comprar alimentos.

O Centro de Referência Especializado para População de Rua, Centro Pop, tem feito o acompanhamento e monitoramento dessas pessoas. Segundo Carmen Célia Gomes, coordenadora técnica do Centro Pop, é notório que há o aumento de pedintes no período de final de ano e que muitas delas, às vezes, são pessoas de outros estados que vêm à Teresina em busca de oportunidade de emprego ou condições melhores de vida.

“Às vezes, as pessoas querem aproveitar esse período para conseguir um emprego temporário e se deslocam de suas cidades para cá, ou viceversa. Algumas não conseguem o emprego ou acabam sendo assaltadas na rodoviária, têm seu dinheiro levado e precisam pedir dinheiro par se manter. Nós fazemos esse acompanhamento para tentar ajudar essas pessoas”, disse Carmen Célia.

Há casos também em que os pedintes veem neste período uma chance de faturar um dinheiro extra, apenas pedindo esmola. A coordenadora do Centro Pop enfatiza que as pessoas devem evitar este tipo de atitude, pois irá incentivar ainda mais esta prática. Ele recomenda que as pessoas orientem para que os pedintes busquem seus direitos.

“Quando essas pessoas pedem esmola, elas veem que essa é uma forma fácil de ganhar dinheiro e acabam fazendo isso sempre, perdendo sua dignidade e, muitas vezes, esquecendo, ou desconhecendo, seus direitos. Os agentes de proteção social fazem o monitoramento dessas pessoas todos os dias da semana, para que elas recebam orientações e nos procurem para que possam deixar de viver nas ruas”, enfatiza Carmen Célia.

Algumas pessoas se incomodam bastante com a presença dos pedintes. É o caso da dona de casa Rita Teresa Alencar. Ela conta que costuma evitar ir ao Centro de Teresina nesse período do ano, pois se sente amedrontada com a presença dos pedintes nas ruas. “A gente anda e todo lugar tem alguém pedindo dinheiro. E, se a gente diz que não tem ou não quer dar, eles olham estranho para a gente, achando ruim. Eu mesma não costumo dar dinheiro”, disse.

A dona de casa ainda fala que isso também faz aumentar a quantidade de assaltos na região central, principalmente porque as pessoas costumam circular com razoável valor de dinheiro. “Como todo mundo via ao Centro comprar os presentes, sempre anda com dinheiro, então algumas pessoas também aproveitam para se fazer de pedinte, ficar observando a gente passando e depois vai lá nos roubar”, finaliza Rita Teresa.


Por: Isabela Lopes - Jornal O DIA
Mais sobre: