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Nordestinos são os que menos gastam para comer fora de casa

Das dez cidades pesquisadas, Teresina está na sétima posição, com retração de -8,5% e custo médio de refeição a R$ 31,36

27/04/2019 08:39

Segundo a pesquisa “Preço Médio da Refeição Fora do Lar”, realizada anualmente pela Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), o nordestino é o que menos gasta para almoçar fora de casa, desembolsando, em média, R$ 32,66, sendo que a média nacional é R$ 34,84. A região Sudeste se mantém como a mais cara para almoçar fora de casa, com média de R$ 35,72.

Dentre as 10 cidades do Nordeste pesquisadas, sete apresentaram retração de preço. Somente Salvador (5,3%), Jaboatão dos Guararapes (8,5%) e Fortaleza (1,4%) tiveram reajuste. Teresina está na sétima posição, com retração de -8,5%, com custo médio de refeição a R$ 31,36, em 2018. Em 2017, o custo médio gasto pelos teresinenses era de R$ 34,26.

Segundo a economista Teresinha Ferreira, essa retração no valor gasto para almoçar fora de casa na região Nordeste, e em especial em Teresina, tem relação com o custo de vida. Enquanto em outras regiões, como Sul e Sudeste, o custo de vida é mais elevado, fazendo com que o preço dos produtos também seja, no Nordeste ele é mais baixo, devido também a renda ser menor.


Foto: Poliana Oliveira/O Dia

Contudo, de acordo com a especialista, comer fora pode sair mais em conta, se levado em consideração aspectos como deslocamento, distribuição dos alimentos, entre outros serviços. Ela explica que, quando somado o valor dos itens alimentícios, gás, energia, gasolina e a contratação de um profissional para preparar as refeições, o valor monetário torna-se mais elevado do que comer fora.

“A inflação está aumentando, os alimentos estão cada vez mais caros. Quem não tem tempo precisa contratar uma pessoa para fazer a comida e esse serviço também está muito caro. Comendo fora, sai mais barato, claro que comer popularmente, como em um self-service, alimentando-se apenas nos horários necessários. Não é sair para restaurantes caros, diferente de sair para lazer e divertimento”, destaca Teresinha Ferreira.

A economista ressalta ainda que alguns trabalhadores dispõem de poucas horas de almoço, o que não compensa o deslocamento até suas residências, obrigando-os a comerem próximos de seus postos de trabalho.

Trabalhadores levam a própria comida para poder economizar

Levar o almoço para comer no trabalho foi a maneira que a recepcionista Rannyelly Melo, de 26 anos, encontrou para economizar. Segundo ela, a refeição mais em conta que tem próximo ao local que trabalha custa entre R$ 10 e R$ 12. Um valor que, no final do mês, teria um reflexo significativo no seu orçamento. Ao levar sua refeição, ela conta que chega a economizar mais de R$ 200.


Foto: Poliana Oliveira/O Dia

“Eu opto mais em trazer, porque não compensa comprar, pois, no final do mês, sai caro e eu tenho outras prioridades. Somente não trago quando não dá tempo preparar no dia anterior, então sou obrigada a comprar, mas compro porque é o jeito, até porque, às vezes, nem é a comida que a gente quer, mas precisa se alimentar, né?”, destaca.

Alimentos mais baratos

De acordo com a economista Teresinha Ferreira, os alimentos que formam a cesta básica no Nordeste são mais baratos que em outras regiões do país devido alguns fatores, como o deslocamento e a produção própria. Ela explica que, como a renda da população é menor, os fornecedores de produtos tendem a diminuir os valores cobrados nos bens distribuídos.

“Os fornecedores de bens adequam o preço dos alimentos que são distribuídos levando o aspecto da renda em consideração. Além disso, temos a nossa produção no Nordeste, e isso barateia ainda mais o custo desses alimentos, diminuindo o transporte e outra série de custos, pois se esses alimentos viessem do Sul e Sudeste, seria mais caro”, destaca.

A economista também lembra que a mão de obra no Nordeste é mais barata com relação à produção de alimentos. O custo de produção dos alimentos tende a diminuir, vez que reduz a quantidade de distribuidores até chegar ao consumidor.

Por: Isabela Lopes - Jornal O Dia
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