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No Piauí, metade dos acidentes com energia elétrica resultou em mortes

Foram registrados no País mais de mil acidentes elétricos. Destes, 836 tiveram como causa o choque, 59% do total.

24/06/2019 07:22

Segundo o Anuário Estatístico da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) deste ano, aumentaram os casos de acidentes e mortes relacionados à energia elétrica no Brasil. De acordo com o levantamento, ocorreram 1.424 acidentes elétricos em 2018, sendo que 836 foram ocasionados por choque, o equivalente a 59% do total. Deles, 622 foram fatais, resultando em morte. Já os incêndios derivados de curto-circuito ficaram em 537, o que corresponde a 38%, e ocasionaram 61 mortes. 

No Piauí, foram registrados 64 acidentes elétricos, que resultaram em 33 mortes. Das ocorrências, 38 foram provocadas por choques elétricos e resultaram em 32 óbitos. Também foram registrados 25 incêndios, mas sem mortes. Segundo Fábio Amaral, engenheiro eletricista, essas ocorrências poderiam ser evitadas com medidas simples, através da adequação correta das instalações elétricas. 

“As instalações antigas, com mais de 10 anos, devem ser verificadas, principalmente no que tange os painéis elétricos, onde devem ser instalados os dispositivos de proteção mais modernos, que já são obrigatórios por norma, como o DR (Diferencial Residual) e o DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos), mas sempre lembrando que essas adequações devem ser realizadas por profissionais qualificados e habilitados para tal procedimento”, comenta. 


Fábio Amaral observa que essas ocorrências poderiam ser evitadas com medidas simples - Foto: Divulgação

Contudo, o engenheiro eletricista destaca que o maior perigo são eventuais curtos-circuitos, que podem ocasionar incêndios em situações mais críticas. Além disso, também podem acontecer choques elétricos, colocando em risco a vida das pessoas. Utilizar T’s ou ex Foram registrados no País mais de mil acidentes elétricos. Destes, 836 tiveram como causa o choque, 59% do total No Piauí, metade dos acidentes com energia elétrica resultou em mortes Alerta tensões também pode traze riscos se não forem utilizados da forma correta. 

“Quando se utiliza T ou extensões, principalmente em carga de grande potência, como fornos micro-ondas, aquecedores e fornos elétricos, isso pode causar o aquecimento no T, causando o curto-circuito, podendo chegar ao incêndio. O melhor a se utilizar, nesses casos, são as réguas de tomada, sempre lembrando de não utilizar com cargas maiores, podendo, assim, ligar dois ou três aparelhos celulares sem problemas”, comenta. 

Para garantir maior segurança, é importante que essas instalações passem por revisões, de forma a corrigir possíveis problemas e evitar prejuízos e risco à vida. Fábio Amaral destaca que essas instalações elétricas, mesmo de pequeno porte, principalmente residenciais, comerciais e industriais, devem ter todo o conceito de distribuição de cargas, proteções de circuitos, revisto pelo menos a cada 10 anos, principalmente no que tangem os painéis e quadros elétricos residenciais. 


“Quando se utiliza T ou extensões, principalmente em carga de grande potência, como fornos micro-ondas, aquecedores e fornos elétricos, isso pode causar o aquecimento no T", explica Fábio - Foto: Elias Fontinele/O Dia

Ele explica que os equipamentos elétricos evoluíram rapidamente, como fornos e chuveiros elétricos mais potentes, o que tende a consumir mais energia. Assim, a instalação do painel elétrico deve estar preparada para essa evolução e suprir essa nova carga. Uma das maneiras de se fazer essa revisão, no momento de uma adequação, é por meio de uma nova distribuição de cargas, ou seja, distribuindo as tomada de maneira que cada grupo fique protegido por um novo disjuntor corretamente, com um cabeamento específico direcionado. 

“É interessante também a instalação do dispositivo residual, que é o DR, que visa a proteção das pessoas. Esse dispositivo, em eventual fuga de corrente, ou seja, choque elétrico, ele identifica correntes muito baixas, desligando o circuito. Tanto o DR como o DPS, que são dispositivos para a proteção de surtos, ou seja, para eventual raio que caia na rede elétrica e se propague essa sobretenção para dento da residência, como quando ocorre apagou e a luz retorna bruscamente. Esse dispositivo identifica essa sobretenção e canaliza para o sistema de aterramento. Ambos os dispositivos estão instalados nos quadro elétricos, inclusive nos residenciais e muitas poucas residências estão adequadas a esse dispositivo, por serem aparelhos modernos”, argumenta. 

O Diferencial Residual tem como finalizada proteger as pessoas contra possíveis choques causados pelo vazamento de corrente na instalação. Quando há riscos na instalação, rapidamente o DR percebe a vazão de corrente e então desliga simultaneamente o disjuntor em que está ocorrendo o problema. Já o DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos Atmosféricos - raios) é uma espécie de disjuntor que se desliga quando é percorrido pela descarga elétrica de um raio.

Por: Isabela Lopes - Jornal O Dia
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