Dados da Superintendência de Ensino da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) mostram que, em 2017, a taxa de abandono da rede estadual de ensino piauiense foi 2,6% nos anos iniciais, 5,5% nos anos finais do Ensino Fundamental e 10,9% no Ensino Médio. Também foi constatado que um dos principais pontos que levam à evasão escolar é a recorrência do abandono, ou seja, a infrequência escolar que se dava por razões diversas.
De acordo com o professor Cosme de Carvalho Rocha, coordenador de Avaliação Educacional e Currículo, o enfrentamento da realidade se deu com a implantação do acesso eletrônico nas escolas (uso de cartões de acesso), através de uma parceria entre a Seduc e o Mobieduca.me.
“De 2015 para cá, o número de alunos que deixavam a escola caiu de 50 mil para 15 mil. Para nós, um grande resultado. Sabemos que ainda não é o suficiente, mas estamos trabalhando com afinco para que os números reduzam ainda mais. Tanto isso é verdade que somos o segundo estado do Brasil em acesso ao sistema de ensino. Não é um processo simples e rápido, é demorado, mas o Piauí se destaca no cenário nacional como um Estado que tem uma política educacional que vem, ano a ano, ajudando a manter mais e mais alunos na escola”, afirma.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
Assim como na rede municipal, o Conselho Tutelar é avisado automaticamente, assim que determinado aluno chega ao limite de faltas na escola. "Estamos agora em novo nível, monitorando a saúde do aluno, o nível de violência e bullying que também são causadores de abandono e, consequentemente, contribuem para que a evasão se efetive", ressalta.
Cosme lembra, ainda, que a rede estadual também trabalha com projetos como a implementação do Programa Ensino Médio Inovador, através do qual o MEC oferece apoio financeiro para realização de projeto na escola, esta poderá, se necessário, adequar espaço, contratar profissionais de áreas distintas para ministrar palestras ou oficinas que favoreçam a aprendizagem.
Foi implantada também uma bolsa “Poupança Jovem”, atendendo estudantes do Ensino Médio, em municípios com baixo IDH, abrangendo escolas que apresentavam alto índice de abandono.
"A violência na escola é o reflexo da sociedade. O combate vem sendo trabalhado, com o protagonismo juvenil, ações dos projetos Paz na Escola com apoio do Ministério Público, o PROERD ação conjunta com a Polícia Militar, S.O.S Escolar, valorização do Grêmio Estudantil e, em 2018, o projeto Paz na Escola foi trabalhado por ocasião dos Jogos Escolares envolvendo mais de 50.000 estudantes", finaliza.
Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia