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No Dirceu, galeria a céu aberto ajuda na proliferação de mosquitos

Além dos insetos, o acúmulo de lixo e esgoto expõem os moradores a doenças e a situação pode piorar no período de chuvas que se aproxima.

08/12/2015 08:11

Acúmulo de lixo, mau cheiro e proliferação de mosquitos. Essas são as principais reclamações dos moradores que vivem no entorno de uma galeria que começa na Avenida Principal do Dirceu, passa pelo bairro Comprida e vai até o Rio Poti.

A casa da operadora de telemarketing Dorimilane de Oliveira fica próxima a um dos pontos mais largos da galeria. Ela conta que o perigo é grande para as crianças que brincam na Rua 74. “Eu tenho dois filhos pequenos e, por vezes, os deixo presos em casa porque a curiosidade deles é grande para se aproximar e brincar. O lixo e o esgoto a céu abeto causam um mau cheiro o dia todo e estamos expostos a muitas doenças bacterianas e à dengue”, comenta.

Fotos: Assis Fernandes/O Dia


Galeria começa na Avenida Principal do Dirceu, passa pelo bairro Comprida e vai até o Rio Poti

Já o estudante Diego Lopes declara que a galeria também é utilizada por usuários de drogas. “Muitas pessoas já morreram caindo na galeria. Um dos casos, por exemplo, foi de uma pessoa que não conhecia a Rua Monsenhor Isaú Pedreira e dobrou à esquerda achando que havia outra rua e caiu dentro da galeria. Além disso, muitos refugiados se escondem pela galeria quando a polícia passa e ali também usam drogas, inclusive pela manhã”, infere.

Já na Rua Ilhéus, no bairro Comprida, as crianças que estudam na Escola Municipal Mário Quintana precisam usar a passarela construída, há oito meses, em cima da galeria para chegar ao local. No entanto, o corrimão está degradado e o risco de acidente é grande. O pedreiro Maurício de Jesus Lima mora na rua e, todos os dias, acompanha a situação. “Alguns vândalos quebraram o corrimão da passarela e agora, quando as crianças passam por aqui, a gente fica preocupado porque não dá segurança nenhuma. A queda daqui poderia causar um acidente grave. Não posso impedir que as pessoas usem drogas no entorno da galeria, mas sempre peço que não degradem mais a passagem”, pontua.


Maurício mostra que a passarela que dá acesso a uma escola foi danificada por vândalos

Contraponto

De acordo com o gerente de obras da Superintendência de Desenvolvimento de Urbano da zona Sudeste (SDU/Sudeste), Weldon Alves, a galeria, antigamente, era um riacho natural e existe um projeto que, em breve, deve apresentar melhorias para os moradores.

“A Secretaria Municipal de Planejamento (Semplan) está com uma comissão que está elaborando um projeto de urbanização de oito galerias na capital, que deve ficar pronto em fevereiro do ano que vem. A equipe já fez um diagnóstico e um estudo para fechar a galeria. Somente a elaboração do projeto de cada uma custa, em média, R$ 1.300.000,00”, relata.

Weldon lamenta que ainda não existam recursos financeiros para a execução das obras. “A Prefeitura não tem condições de arcar com a execução do projeto e, por isso, vai recorrer aos recursos federais. A previsão orçamentária é de R$ 10 milhões a R$ 14 milhões. A urgência de regularizar o canal, no entanto, exige planejamento e um orçamento desse tamanho. A obra inclui a urbanização da galeria e seus entornos, principalmente nos bairros”, esclarece.

Enquanto isso, a SDU/ Sudeste toma apenas medidas de reparos e construção de acessos e barreiras para evitar os acidentes.

Por: Pedro Vitor Melo - Jornal O Dia
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