Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Mulheres piauienses estudam mais e ganham menos do que os homens

Na véspera do Dia da Mulher, dados de pesquisa do IBGE apontam que a realidade das piauienses ainda não é de comemoração.

07/03/2018 17:09

Amanhã, dia 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data, geralmente voltada para comemorações e homenagens, também propõe uma reflexão a respeito dos espaços ocupados pela mulher na sociedade. No Piauí, a realidade ainda não permite comemorações. Isto porque, as mulheres piauienses, apesar de estudarem mais do que homens, ainda ganham menos do que os colegas do gênero oposto. É o que diz o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Um estudo divulgado pelo IBGE na véspera do Dia da Mulher, intitulado “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, aponta que a piauiense ainda sofre o reflexo da sua condição de ser mulher ao não ter oportunidades de trabalho e ao ganhar menos do que o gênero oposto, refletindo que o mercado ainda é patriarcalmente voltado para a população masculina. 

Em relação à remuneração, o salário médio da mulher piauiense era de R$ 1.283, no quarto trimestre de 2017, o que representava 90,99% do salário recebido em média pelos homens no estado (R$ 1.410). Apesar disso, o Piauí possui uma das melhores relações de paridade de salário entre os dois gêneros, ocupando a sexta posição no país. 

Mulheres piauienses estudam mais e ganham menos do que os homens. (Foto: Reprodução/Fotos Públicas)

No quesito educação, as mulheres mostram um desempenho superior ao dos homens no Piauí. Em 2016, a taxa de analfabetismo entre as mulheres estava em 15,1%, enquanto que para os homens era de 19,5%. No mesmo período, o número médio de anos de estudo das mulheres também foi superior ao dos homens, pois elas estudavam 7,3 anos ante 6,3 anos do homem.  

Mulheres mostram desempenho superior ao dos homens na educação. (Foto: Jailson Soares/ODIA)

A taxa de subocupação é outro ponto em desfavor das mulheres piauienses. Enquanto as mulheres possuem uma taxa de subocupação de 45,3%, os homens atingem o percentual de 36,9%, uma diferença de 8,4 pontos percentuais. Já a taxa de desocupação, ou seja, de desemprego, é o único indicador que não apresenta uma grande disparidade entre os gêneros, com 13,3% para os homens e 13,2% para as mulheres. 

Expectativa de vida

De acordo com estimativas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADC) para o quarto trimestre de 2017, no Piauí as mulheres representam 52,1% da população (1.677.000 habitantes), com um contingente de 132.000 pessoas a mais que os homens. No ano 2016, a expectativa de vida das mulheres piauienses era de 75,3 anos de vida, enquanto os homens apenas 66,9 anos. Com esse número, o Piauí ocupa a 24ª posição no ranking nacional, ficando à frente apenas de três estados: Rondônia (75 anos), Maranhão (74,5 anos) e Roraima (74,3 anos). 

Docentes de Ensino Superior

Um dos indicadores positivos para o estado está relacionado à participação de mulheres entre docentes no Ensino Superior. Na primeira colocação, o Piauí possui 51,4% das mulheres no exercício da profissão ou afastadas. No Brasil, a média é de 45,6%. De acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Educação, referente a 2016, haviam 3.114 docentes mulheres para 2.947 docentes homens no estado. 

Participação na política

No que toca à participação das mulheres na cena política de nosso país, no âmbito da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, percebemos que ela ainda é rarefeita, onde as mulheres ocupavam, em 2017, 11,3% do total das cadeiras daquelas casas legislativas. O estado do Piauí apresentava um índice levemente acima do observado para o país, com 15,4% de mulheres, tendo uma representante em exercício na Câmara dos Deputados, a Deputada Iracema Portela, e uma representante no Senado Federal, a Senadora Regina Sousa.

A senadora Regina Sousa, do PT. (Foto: Agência Senado)

Por: Nathalia Amaral, com informações do IBGE.
Mais sobre: