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Mototaxistas fecham Frei Serafim em protesto por fiscalização

A categoria pede ainda melhores condições de trabalho e segurança. Em março, a Prefeitura de Teresina entregou a licitação de 288 candidatos.

19/04/2016 11:10

Os mototaxistas fecharam, na manhã desta terça-feira (19), o cruzamento das avenidas Frei Serafim com Coelho de Resende e Pires de Castro, no Centro de Teresina. A categoria quer fiscalização da Prefeitura sobre os mototaxis clandestinos que circulam na Capital. Segundo Ricardo Ribeiro, presidente do Sindicato dos Mototaxistas do Piauí (SIMESPI), cerca de 3.500 mototaxistas clandestinos circulam pela Capital atualmente. Esse número é bem superior aos 2.315 que rodam em conformidade com a lei.

Fotos: Maria Clara Estrêla/O Dia

Eles estiveram mais cedo em frente à Assembleia Legislativa onde realizaram a primeira manifestação e seguiram para o Centro. A categoria lembra que, no mês passado, a Prefeitura entregou a certificação de 288 candidatos que foram classificados no processo de licitação para vagas de mototaxistas, permitindo que eles pudessem trabalhar no Município de Teresina. 

Dentre os documentos exigidos para se conseguir a permissão estão o RG e a Carteira Nacional de Habilitação Nível A, além do certificado de habilitação pela Strans e certificado de conclusão de curso de mototaxistas pelo SEST/SENAT. Para o mototaxista Cleodomiro Alves da Silva, que exerce a profissão há 10 anos, se não tiver fiscalização dos órgãos competentes, todo o esforços dos mototaxistas que estão dentro da lei nunca será recompensado. "Eles cobram um preço pela viagem muito menor que o que consta na tabela, mas em compensação, oferecem um serviço sem qualidade, sem segurança para as pessoas", destaca o mototaxista.

Outro que também mostra indignação é Antônio Sousa, que exerce a profissão de mototaxista há seis anos. De acordo com ele, a Prefeitura demarca os locais que vão servir de ponto de mototáxi, mas eles acabam sendo ocupados por clandestinos que, se aproveitam da falta de fiscalização para conseguir corridas quando os regulares não estão no ponto. "Muitas vezes eles pegam corridas que são nossas, porque cobram um valor abaixo do estabelecido por lei e ficam no ponto quando não tem ninguém. E eu estou falando de pessoas, muitas vezes, mal-intencionadas. Assaltantes que se passam por mototaxistas, gente ruim que quer se aproveitar do cidadão de bem", pontua Antônio Sousa.

A Polícia Militar e agentes da Strans acompanham o protesto na Frei Serafim, que já causa um grande congestionamento no Centro de Teresina. Muitos motoristas estão tendo que procurar desvios e rotas alternativas para ir de uma zona a outra da cidade.  A fila de ônibus também é grande e alguns passageiros desistem da espera e seguem seu caminho a pé.


Foto: Divulgação/Whatsapp

"A população entende que o único jeito de chamar a atenção do prefeito e das autoridades é mexendo na normalidade do dia. Nós estamos aqui e aqui vamos continuar até que o prefeito ou alguém da direção da Strans apareça para negociar, apresentar uma proposta decente. Não é só entregar alvará e permitir que circule, tem que fiscalizar para saber se estão cumprindo a lei", afirma Ricardo Ribeiro, presidente do SIMESPI.

Num ato simbólico à retirada dos clandestinos das ruas, os mototaxistas queimaram, no passeio da Frei Serafim, vários coletes falsos, geralmente usados por profissionais que agem irregularmente. O grupo entoa gritos de guerra como "Regular é amarelo" e "Mototaxistas unidos jamais serão vencidos".

Por: Ithyara Borges e Maria Clara Estrêla
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