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Motoristas e cobradores iniciam greve por reajuste de salário

Segundo Sintetro, 70% da frota estará nas ruas hoje. Trabalhadores do transporte público querem ainda plano de saúde mais barato.

30/01/2017 07:56

O Setut está acusando o Sintetro de descumprir a decisão judicial que obriga a categoria a manter 70% da frota de ônibus nos horários de pico e 60% nos demais horários. Em nota, o sindicato dos empresários afirma que o entidade representante da categoria estaria impedindo os trabalhadores de chegarem à garagens das empresas.

Na Transcol, apenas 32% dos veículos teriam saído da garagem na manhã desta segunda-feira. Wallison Jansen, auxiliar de tráfego da empresa de ônibus, afirma que, em dias normais, cerca de 155 veículos vão para as ruas. Hoje, por conta da greve, somente cinquenta, aproximadamente, estão em atividade.

Já na zona Leste, os passageiros reclamaram que nenhum ônibus passava entre 7h e 8h. Algumas pessoas chegaram a esperar mais de uma hora, enquanto outra tiveram que pegar carona para chegar ao trabalho.

Atualizada às 11h10

Teresina começou a semana com lentidão nas paradas de ônibus. A greve dos motoristas e cobradores, anunciada desde o último sábado (28), iniciou hoje. De acordo com o Sintetro (Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte Rodoviário do Piauí), 70% dos veículos estarão nas ruas.

(Foto: Moura Alves/ O Dia) 

"O pessoal está agora acompanhando a saída dos carros das garagens, para confirmar que 70% dos ônibus irão sair", afirma o presidente do SINTETRO, Fernando Feijão. Ele disse que parte da categoria irá se reunir na sede do sindicato, localizado na rua Paissandu, para aguardar a convocação de negociação por parte das empresas.

Além dos ônibus disponíveis, o SETUT cadastrou cerca de 90 carros alternativos para reduzir os efeitos da greve para a população. 

A principal reivindicação dos trabalhadores do transporte público é o reajuste salarial de 10%. Além disso, eles também exigem o pagamento unificado dos tickets de alimentação e uma redução na participação do trabalhador no pagamento do plano de saúde da categoria. A proposta colocada pelos empresários do setor foi de 8,5% de aumento salarial, além de pagamento escalonado do ticket alimentação.

Segundo o presidente do Sintetro Fernando Feijão, até o momento nenhuma convocação para negociação chegou ao sindicato. "Se tiver negociação hoje, a greve pode terminar hoje. Depende do empresário, do que ele vai colocar para nós", disse.


Veículos parados na garagem da empresa Transcol (Foto: Natanael Souza/ O Dia)

O auxiliar de tráfego disse ainda que, a medida que os cobradores e motoristas estão chegando, os ônibus estão sendo liberados. Wallison acredita que a greve está dificultando para os próprios motoristas chegarem até a garagem para começar a trabalhar.

Movimento divide opiniões entre os usuários 

A greve dos motoristas e cobradores de ônibus é uma realidade que já faz parte do calendário de Teresina. Apesar de estarem acostumados com esse tipo de situação, os usuários do sistema de transporte coletivo possuem opiniões diversas sobre o movimento 

“Eu acho que se for por uma boa causa é válido, contanto que não prejudique o usuário e seja um movimento pacífico”, avalia a passageira Leila Maria Carvalho, que acredita que a greve também pode resultar em melhorias na qualidade do serviço de transporte prestado à população, que, para ela, ainda é deficiente. “O número de ônibus é pouco e os que têm ainda são desconfortáveis e só passam atrasado”, avalia. 

Já Ana Lucia da Silva, moradora do Residencial Torquato Neto, na zona Sul de Teresina, se diz contra o movimento grevista, que, para ela, prejudica apenas os passageiros. “Eu acho uma falta de respeito, porque eles entram de greve e nem avisam pra gente direito. Acho que devem buscar outra forma de resolver esse problema deles, porque as pessoas dependem dos ônibus para trabalhar”, reclama. 

Leila Maria acha válida a greve dos motoristas e cobradores (Foto: Moura Alves/ O Dia) 

Com início da greve dos motoristas e cobradores, Gerardo Oliveira, que trabalha no Centro da Capital, já busca alternativas para conseguir fazer o trajeto de casa ao trabalho. “É o jeito pegar mototáxi ou a van que cadastram para fazer o transporte durante a greve”, comenta o passageiro, que, apesar de se sentir prejudicado, aprova o movimento grevista. “Estão certos em lutar pelo direito deles”, pontua.

Frota em circulação 

Conforme decisão do TRT- -PI, 70% da frota de ônibus de Teresina deve circular nos horários de pico durante o movimento grevista e, nos demais horários, deve ser garantido que 60% da frota esteja em circulação. A determinação do Tribunal inclui ainda a proibição de movimentos como operação tartaruga e catraca livre.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento e Natanael Souza
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