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Mercado de brechós: O antigo é a nova moda

O ramo de negócio cresce a cada dia impulsionado pela falta de oportunidades de trabalho com carteira assinada e o desejo de empreender.

24/02/2020 08:43

O mercado de brechósbazares de peças de roupas, bolsas e calçados usados estão presentes em vários pontos de Teresina, no centro e nos bairros da periferia da cidade.

O ramo de negócio cresce a cada dia impulsionado pela falta de oportunidades de trabalho com carteira assinada e o desejo de empreender de algumas pessoas que buscam novas perspectivas de ganhar uma renda extra. Muitas dessas iniciativas são opções de lojas físicas, com vendas em residências, e nas lojinhas nas plataformas digitais como Instagram e Facebook, transformando roupas antigas em nova moda. Além de roupas, nesses brechós as pessoas encontram também peças de antiguidade, da bijouteria a cadeiras.

O comércio de roupas, bolsas e calçados usados geralmente começa quando alguém resolve se desfazer de peças do vestuário por não caber mais no guarda-roupa ou por conta da substituição de algumas delas por outras novas.

E a solução encontrada, na maioria das vezes, é doar para alguém que precisa ou fazer um bazar com as roupas. É o que fez dona Maria do Ampar ao receber de uma cliente a doação de roupas por não caberem mais no armário do novo apartamento reformado na zona Leste de Teresina.

"Juntamos essas peças com algumas nossas e de amigos e divulgamos no bairro utilizando  as redes sociais. A procura foi enorme, e o sucesso das vendas, resolvemos, então, usar o espaço da casa para continuar com a comercialização", relata dona Maria do Amparo, acrescentando que está faturando com a iniciativa. A ideia de que brechós só têm coisas velhas e sem qualidade está ultrapassada. 

maioria das peças de alguns desses bazares tem pouquíssimo uso, muitas das roupas, bolsas e calçados foram comprados no impulso por alguém O antigo é a nova moda Mercado de brechós que cansou de vê-las guardadas no armário, sem uso e ocupando espaço, e colocou pra vender num bazar. É o caso da advogada e professora Carol Fortes que resolveu se desfazer de peças do vestuário. Antes, porém, separava as que não usava mais e doava para as pessoas amigas. Mas mesmo assim o acúmulo de roupas permanecia porque sempre estava comprando novas peças por onde viajava.

Porém, percebeu que podia vendê-las mesmo que fosse por um preço abaixo do valor real de compra, não como forma de lucrar mas para ter uma renda, um dinheiro extra.

"Resolvi então criar uma loja virtual no Instagram "Bazar OMG" e nesse blog divulgo fotos das peças de roupas e calçados. Não é que tem dado certo!", disse, acrescentando que já faz uns dez anos que mantém esse bazar virtual e tem uma clientela que está sempre buscando novidades.

Em um desses brechós da zona Leste, a clientela são mais pessoas conhecidas e amigas que frequenta assiduamente o local em busca de algo diferente. Carol Fortes cita que o seu blog é bastante visitado por pessoas conhecidas do seu ciclo e por internautas em busca de novidades. Também por aqueles que nem sempre compram roupas de grifes nas lojas, muitas das vezes por questões financeira e vê no brechó uma possibilidade de se vestir bem e ainda amenizar a maneira consumista de viver.

Ainda há aqueles bazares que recebem roupas usadas de quem está se desfazendo. Porém, a exigência é de que a peça esteja em boas condições, sem rasgos aparentes, com forros intactos, sem manchas e higienizadas. Para os donos desses brechós, um dos motivos da grande procura por peças de roupas e acessórios usados são os preços mais convidativos, em conta baixos, em média 50% mais barato do que em lojas convencionais, bem como a valorização do estilo vintage e a sustentabilidade na hora de se vestir. Ainda argumentam que reaproveitar algo já utilizado evita que aquela peça produza mais lixo, poupando  a natureza do trabalho de decomposição dos produtos.

Por: Luiz Carlos Oliveira
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