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Menino tranca prefeita e marido dentro de escola, em Jaicós

Menino tem 12 anos e vive em situação vulnerável; prefeita acusa portais da região de perseguição.

20/04/2016 12:59

Uma brincadeira de criança se misturou à política da cidade de Jaicós (358 km de Teresina). A atual prefeita, Waldelina Crisanto foi visitar uma escola em obras, na última quarta-feira (14), junto com o marido, o secretário de Obras e ex-prefeito Crisanto Neto. Quando decidiram ir embora, descobriram que estavam presos.

Prefeita Waldelina Crisanto e o secretário de Obras de Jaicós, Crisanto Neto (Foto: Reprodução)

O fato aconteceu na Escola Municipal Eugênio Damásio, na localidade Esquisito. O portão principal da escola havia sido trancado pelo lado de fora. Ao conseguirem sair, descobriram que o autor da "pegadinha" era M.H.S., de 12 anos, ex-aluno do colégio. 

De acordo com a imprensa local, o garoto teria usado um cadeado para trancar os gestores. Ao ser perguntado sobre o porque de ter feito isso, teria respondido: “Ah, a gente vê na TV a polícia prendendo político, resolvi prender a prefeita”. A versão é contestada tanto pela prefeita e o marido, como pela diretora da escola. 

Segundo Waldelina Crisanto, as matérias publicadas sobre a história têm cunho político, e procuram manchar sua imagem. "Não aconteceu nada. Foi um menino com brincadeira que pôs o arame, que abrimos na mesma hora, e não 50 minutos depois como dizem nessas matérias", afirma a prefeita. Ela diz que o menino é ligado a pessoas da oposição a seu governo, e que teria trancado o portão para provocá-la. 

Crisanto Neto, o marido da prefeita, comenta que tem levado as provocações da oposição na esportiva, mas que os casos estão ficando recorrentes. "O menino é partidário da oposição. Estava em um bar, em frente à escola, com outras pessoas. Nos viram entrar, e quando fomos sair, tivemos essa dificuldade".

Escola Municipal Eugênio Damásio, na localidade Esquisito. (Foto: Reprodução)

Situação vulnerável 

A diretora da Escola Eugênio Damásio, Marinalva Lopes, também desmentiu informações passadas pelos portais de notícia da região. Segundo ela, M.H.S. não é aluno do colégio, e trancou o portão que dá para a rua, e não uma sala de aula, como tem sido veiculado. Ele também não teria usado um cadeado, mas apenas baixado uma trava do portão. "Foi uma brincadeira de mal-gosto, e que durou 30 segundos. Quando a prefeita tentou abrir o portão, um aluno nosso estava do lado de fora, tirou a trava e abriu", relata. Marinalva confirmou que o menino tem relação com pessoas ligadas à oposição.

Segundo a diretora, M.H.S. vive em uma situação de vulnerabilidade. Ele foi aluno da Escola Eugênio Damásio, mas largou os estudos e não tem residência fixa. "Ele é um caso muito complicado. É da região, mas não estuda. Vive jogado, não tem uma casa. Vive dormindo um dia num lugar, depois em outro", relata a diretora. 

Marinalva conta que o menino foi abandonado pela mãe, e o pai, idoso com mais de 80 anos, não tem condições de cuidar dele. "Já chamamos o Conselho Tutelar várias vezes, mas ele foge quando percebe que estão chegando. É uma criança que vive jogado, e gosta de chamar atenção, de fazer graça. Já tivemos muitos problemas com ele aqui".

Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento (Estagiário)
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