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Membros da Irmandade Homofóbica são ouvidos e negam crimes

O grupo ganhou ampla repercussão da mídia após realizar uma série de ameaças à comunidade LGBTQI em postagens nas redes sociais.

31/07/2018 12:37

Atualizada às 14h40

Durante a audiência ocorrida no início da tarde de hoje (31), os irmãos Lucas e Dijael Veríssimo de Sousa negaram as acusações de terem proferido e divulgado mensagens com apologia ao nazismo e de caráter homofóbico e racista pelas redes sociais.

Apesar disso, no interrogatório, Lucas Veríssimo revelou que teria compartilhado conteúdo contendo ameaças contra a coordenadora do Grupo Matizes, Marinalva Santana. Na época do crime, mensagens de ódio compartilhadas pelas redes sociais faziam ameaças contra a coordenadora pelo seu envolvimento na defesa dos direitos LGBT.

Para a vítima, a negativa de culpa dos réus já era esperada. “É uma estratégia que é sempre usada por quem é acusado em processos judiciais, nas o que nós vemos é que muitas coisas do que eles dizem, contradiz o que está nos autos. Fica evidenciado a cada etapa do processo que ele mente”, afirma.

A juíza Valdênia Marques acatou um pedido da acusação para que o delegado Sebastião Escórcio, responsável pelo inquérito, seja ouvido em uma nova audiência, que ainda deverá ser marcada. Ainda não há previsão de quando será proferida a sentença sobre o caso.

Matéria original

No início da tarde desta terça-feira (31), a ajustiça deve ouvir os dois irmãos acusados de proferir e divulgar mensagens com apologia à homofobia e ao racismo pelas redes sociais. A audiência ocorre na 9ª Vara, no Quartel do Comando Geral, e é presidida pela juíza Valdênia Marques. 

O grupo do qual os irmãos fazem parte, autodenominado ‘Irmandade Homofóbica’, ganhou ampla repercussão na cidade em 2014, após realizar uma série de ameaças diretas a Marinalva Santana, coordenadora do grupo Matizes, que atua no estado defendendo os direitos LGBTQI. A ‘Irmandade Homofóbica’ também publicou uma série de ameaças à comunidade LGBTQI em postagens no Facebook. 


O grupo também realizava pichações como a da foto ao lado, em um banheiro de um bar da Capital.


Lucas Veríssimo e Dijael Veríssimo, que publicavam as mensagens usando os codinomes Lucas Rockline e Anarcopunk, foram indiciados pela Polícia Civil por apologia ao crime e homofobia, mas respondem ao processo em liberdade. Na audiência de hoje, a juíza deve ouvir o testemunho dos acusados. 

A esperança de Marinalva Santana, uma das vítimas, é que a sentença saia ainda este ano. “A expectativa é que esse processo não se arrastre mais. Nós só queremos que seja feita a justiça, que a impunidade não prevaleça. Nós estaremos lá de cabeça erguida”, diz a coordenadora do grupo Matizes. 

Marinalva conta ainda que o Matizes está se mobilizando para que membros e outros apoiadores compareçam até a Vara para acompanhar a audiência. “Nós mandamos mensagens e ligamos para apoiadores da causa: grupos feministas, movimento negro. É importante que todos estejam presentes para que saibam que esse tipo de atitude e que manifestações de ódio são abomináveis”, finaliza.

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Por: Lucas Albano e Nathalia Amaral
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