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Médico retira tampa de squeeze da garganta de bebê de pouco mais de um ano

O pai do bebê chegou ao hospital aos gritos, pedindo que salvassem seu filho. A criança foi atendida pelo médico Atêncio Pereira de Queiroga Filho.

30/06/2017 10:31

Por volta das 20h30 desta quinta-feira (29), um bebê de apenas um ano e dois meses deu entrada no Hospital Dr. António Pereira Martins, no bairro Buenos Aires, com uma grande dificuldade para respirar.

O pai do bebê chegou ao hospital aos gritos, pedindo que salvassem seu filho. A criança foi atendida pelo médico Atêncio Pereira de Queiroga Filho.

Com o apoio de outros profissionais da saúde, o médico conseguiu retirar um objeto que estava preso na faringe (garganta) da criança. Tratava-se de uma tampa de squeeze, aquela garrafinha usada por praticantes de esporte para armazenar água ou bebidas isotônicas.

Caso o objeto estranho permanecesse por mais alguns minutos na garganta do bebê, ele poderia não ter sobrevivido. "Ele estava com muita secreção na boca e com dificuldade respiratória, porque o objeto estava no final da orofaringe, próximo à traqueia, já obliterando a passagem de ar. A sorte dele é que a tampinha do squeeze tem um orifício no meio. Então, o ar estava conseguido passar. Se o objetivo fosse todo preenchido o bebê tinha morrido", detalha o médico, que usou uma pinça para retirar a tampa.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, as crianças de 1 a 3 anos são as mais vulneráveis a engasgos. Além de alimentos como amendoim, caroços de milho e de feijão, o engasgamento nessa faixa etária também costuma ser provocado por peças de brinquedos, bexigas de festas, tampas de garrafa, bocais de canetas, botões, dentre outros objetos pequenos, que podem ser facilmente colocados na boca pela criança.

"A partir do momento em que a criança começa a engatinhar, começa a andar, tem que se tomar todo o cuidado com os objetos pequenos, com as tomadas de energia, medicamentos e materiais de limpeza, dentre outros itens encontrados nas residências", alerta o médico Atêncio de Queiroga.

Primeiros socorros

Segundo especialistas, a primeira atitude a ser tomada quando uma criança engasga é verificar se ela está respirando. Caso esteja, é preciso estimulá-la a tossir, o que pode ajudar a expelir o objeto estranho. 

Ao contrário do que diz o senso comum, não se deve levantar os braços ou bater nas costas da criança, pois isso pode fazer com que o objeto bloqueie ainda mais suas vias aéreas.

Em qualquer caso, é preciso levar imediatamente a criança ao hospital ou solicitar atendimento de urgência.

Caso a criança apresente muita dificuldade para respirar, é preciso realizar manobras de emergência até a chegada de socorro médico.

Quando tiver menos de um ano, o bebê deve ser colocado sobre as pernas do adulto, de barriga para baixo e com a cabeça levemente inclinada para baixo. O adulto, então, precisa dar cinco tapas nas costas da criança, na altura dos ombros. Em seguida, o bebê deve ser colocado de barriga pra cima e submetido a compressões no tórax, na altura dos mamilos. Deve-se fazer essas duas manobras de forma alternada até que a equipe de paramédicos chegue.

Caso a criança já tenha mais de um ano, recomenda-se fazer a manobra de Heimlich, que consiste nos seguintes passos: fique atrás da vítima com um pé ao lado e outro ligeiramente atrás da mesma e com os braços a envolver o abdômen da vítima; coloque a sua mão fechada ligeiramente acima do umbigo, com o polegar para dentro, contra o abdmen da vítima; agarre firmemente o punho com a outra mão; efetue cinco compressões abdominais, para dentro e para cima, de modo a aumentar a pressão torácica, para expulsar o objeto. É importante que cada compressão seja suficientemente forte para deslocar a obstrução, mas não agressiva de forma a causar fratura Reavalie a vítima, verificando se ainda tosse ou se já respira, e se o corpo estranho saiu pela boca; se não houver êxito, repita a manobra de Heimlich tantas vezes quanto as necessárias, até a chegada de socorro.

Independente da idade, caso a criança fique inconsciente ela precisa receber massagem cardíaca. Coloque-a deitada e faça duas respirações boca a boca. Abra a boca e veja se o objeto foi expelido. Se não, faça trinta compressões no tórax e abra a boca novamente. Se o objeto tiver sido expelido, retire-o cuidadosamente com os dedos em forma de pinça e faça mais duas ventilações boca a boca. Repita o procedimento até o socorro chegar.

Por: Cícero Portela
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