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No Piauí, mãe relata desafios do pós-parto na quarentena

Com isolamento social, pais dividem experiências virtualmente e visitas vão ter que esperar a pandemia passar.

06/05/2020 08:08

O parto é o momento mais aguardado da gestação, porém o pós-parto é um período desafiador por causa da amamentação, noites em claro, mudanças na libido, humor e estética. Agora, com a quarentena provocada pela pandemia do coronavírus, todos esses fatores se potencializam para a mulher, que também não poder ter contato com familiares e amigos.

Bento tem cerca de um mês de vida, nasceu em meio à pandemia. Ele é filho da jornalista Ithyara Borges e do personal trainer Esaú Furtado, papais de primeira viagem. O parto cesário foi tranquilo, a equipe médica tomou todos os cuidados para manter a mãe segura dentro do hospital.

"Foi uns 20 minutos na sala de parto e mais uns 30 minutos na sala de recuperação, depois fui para o quarto. Foi tudo rápido. Claro que fui com medo, por ter que entrar em um hospital, com várias mulheres. Mas minha médica já tinha passado algumas recomendações, como, por exemplo, não retirar a máscara por nada. Lá também foi tudo muito rígido com relação à higiene e proteção, então fiquei mais tranquila", explica Ithyara Borges.


O pequeno Bento, filho de Ithyara e Esaú, nasceu há cerca de um mês - Foto: Arquivo Pessoal

Após a saída da maternidade, a jornalista ficou os 20 primeiros dias do pós-parto na casa de sua mãe, pois precisava de cuidado e aprender algumas coisas sobre maternar. Além do apoio de sua mãe, Ithyara Borges contou também com a ajuda de vídeos e leituras para decifrar o choro de Bento, por exemplo, em alguns episódios de cólicas.

Em relação às visitas que acontecem quando o bebê chega do hospital, elas não puderam acontecer por conta do isolamento social. Até o momento, somente os avós maternos e a tia conseguiram conhecer Bento pessoalmente. 

"A parte boa foi que meu marido pode me ajudar mais do que pensávamos. Antes da pandemia, tínhamos nos preparado para ele ficar só os cinco dias da licença paternidade em casa. Mas por trabalhar em academia, o local fechou dois dias antes de eu ter o Bento, e não abriu até agora. Então, ele está me ajudando em tudo e está participando efetivamente de todos os processos", conta Ithyara Borges.

Para amenizar um pouco a falta de contato físico, a jornalista divide experiências, virtualmente, com as amigas que também já tiveram filhos. Mas explica que nada substitui a rede de apoio presencial.

Baby blues e depressão pós-parto

O termo baby blues não é muito conhecido, mas significa o misto de emoções durante o pós-parto. Ele se divide entre alegria, tristeza e culpa por causa dessa tristeza inexplicável. Esse não é o caso de Ithyara Borges, mas atinge até 84% das mulheres nesse período.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ainda não se pode afirmar a causa do baby blues, assim como da depressão pós-parto, mas ambos possuem sintomas parecidos. Por isso, durante o isolamento social é preciso ter mais atenção e ajudar a mãe durante todo o processo.

O baby blues costuma durar em média 15 dias após o parto, já a depressão pós-parto se prolonga e se intensifica durante os meses. Assim, caso sinta algum sintoma de tristeza profunda ou sentimentos que não saiba explicar, a mãe deve procurar ajuda de um psicólogo. Em meio à pandemia, os profissionais da área estão realizando atendimentos virtuais.

Por: Sandy Swamy, do Jornal O Dia
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