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Juntos, Jockey e bairro de Fátima, possuem maior IDH do Estado do Piauí

Desde o início, a região concentra um grande número de famílias tradicionais e representa um forte atrativo para empreendimentos comerciais

16/08/2014 08:36

Dois bairros nobres da capital se cruzam formando a região mais nobre da capital: Jockey e bairro de Fátima, ambos na zona Leste da cidade e que, juntos, registram o maior índice de desenvolvimento humano (IDH) do Estado do Piauí, segundo dados do levantamento feito pela Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Teresina.

O Jockey foi criado com o crescimento populacional o que provocou a necessidade de ultrapassar os limites do rio Poti. Na época, houve a necessidade de construção da ponte Juscelino Kubitscheck em 1956, pelo DNOCS. Nessa região surge o bairro Jockey Club, assim denominado por causa do Jockey Club do Piauí, onde a alta sociedade teresinense costumava se encontrar para os momentos de lazer, sobretudo para a prática de corrida de cavalos.

Segundo levantamento feito pela Associação Arquidiocesana, juntamente com o Jockey Club começou a surgir o primeiro loteamento para residências urbanas em sua volta. No local, famílias tradicionais da capital fixaram residências, construindo casas luxuosas. Com isso, os serviços foram chegando, fazendo com que o crescimento da região fosse um processo irreversível.

Os estudos da Associação Social Arquidiocesana (ASA) apontaram ainda que o primeiro loteamento da zona Leste foi feito pelo Coronel Otávio Miranda. Na época, as terras ainda eram cobertas de matas, adquiridas do Dr. Marcolino Rio Lima. �€œCorrespondia a 44 quadras, traçadas a partir da construção da atual Avenida Jockey Clube e o local que mais tarde seria a Avenida Nossa Senhora de Fátima. Logo depois, foi lançado o loteamento �€œVila de Fátima�€, no espaço entre as atuais avenidas João XXIII, D. Severino e Ininga, também com 44 quadras, sendo os lotes do seu limite nordeste doados à Igreja pelo Sr. Marcolino, destinando-os à construção da Praça de Fátima e dos prédios das obras sociais, bem como do prédio da Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Os loteamentos se seguiram, traçados pelo Sr. Nicanor Barreto, ampliando a área ocupada pelos bairros Jockey Club Clube e Fátima, da BR-343 em direção ao Norte, enquanto outros se formavam dessa BR para o Sul da zona leste, a partir do bairro Noivos�€, diz a pesquisa.

Religiosidade sempre foi marcante

O processo de criação do bairro de Fátima foi inevitável. Com a doação das terras para a construção de um templo religioso, foi construída uma capelinha simples, pequena, de palha, erguida em homenagem à Nossa Senhora de Fátima. Pela sua estruturação é carinhosamente e popularmente passou a ser conhecida como �€œCapelinha de Palha�€.

O nome Nossa Senhora de Fátima é em homenagem a visita da imagem peregrina da Santa que esteve em Teresina, vinda de Portugal, no ano de 1953. Por conta de tão nobre visita, os moradores da área que atualmente forma o bairro de Fátima se uniram para construir uma capela em sua homenagem. Ali, oravam e faziam peregrinação, com uma réplica da imagem de Fátima. O espírito religioso foi aflorado.

Os moradores se uniam para rezar o terço nas poucas residências então ali existentes. As missas só eram realizadas uma vez por mês. Em 05 de maio de 1956, chega à Arquidiocese de Teresina o seu segundo Arcebispo: Dom Avelar Brandão Vilela, alagoano de Viçosa, transferido da Diocese de Petrolina, em Pernambuco, que inicia um novo modo de evangelização. Entusiasmado com a fé da população da região, ele fazia visitas domiciliares, dando apoio mais próximo aos devotos de Nossa Senhora de Fátima. Foi então que o padre Isidoro foi nomeado para realizar as missas periódicas na Igrejinha.

Avenida será Polo Gastronômico

No bairro de Fátima está uma das avenidas mais movimentadas da capital: Avenida Nossa Senhora de Fátima. Lá, dezenas de estabelecimentos, de todo o porte escolheram, para se instalar. A movimentação é grande, principalmente à noite, quando abrem os barzinhos, casas noturnas e restaurantes da cidade. �‰ lá também que as grandes franquias decidiram abrir seus negócios.

Pela avenida, é possível encontrar de tudo: depósitos de bebidas, locadoras de vídeo, pizzarias, lojas de roupas, academias, restaurantes, petshops, salões de beleza, farmácias, bancas de revistas e muito mais. Seu Felix é proprietário de um depósito de bebidas na avenida há 15 anos. Morador do bairro São João, também na zona Leste da cidade, ele conta que quando chegou, ainda havia poucos estabelecimentos comerciais. �€œAumentou muito. Foi chegando e hoje tem de tudo. Muitos dos locais onde hoje são grandes lojas e restaurantes eram apenas casa velha, terrenos abandonados�€, relata.

Por conta da localização privilegiada, o empresário relata que, constantemente, novos empreendimentos se integram ao local. Quem também escolheu o local para os negócios foi o empresário Jorge Cardoso. Sua família possuía uma grande rede de restaurantes em Fortaleza. Decidiu expandir os negócios e a capital piauiense foi a escolhida para sediar mais uma filial. Por conta da vocação para barzinhos e restaurantes, a Avenida Nossa Senhora de Fátima deverá ser transformada em breve no Polo Gastronômico da capital. As primeiras discussões sobre o assunto já foram iniciadas entre a Prefeitura de Teresina, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL).

Leia mais matérias especiais sobre Teresina na edição deste sábado do Jornal O Dia

Por: Mayara Martins
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