Cerca de 200 integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) do Piauí interditaram a BR-316, na manhã de hoje (15), durante duas horas, pedindo a regularização fundiária no Piauí. O grupo protesta também contra a morosidade da Justiça no caso da ‘Chacina de Eldorado dos Carajás’, ocorrida em 17 de abril de 1996, em que 19 sem-terra morreram num confronto com a polícia pela desapropriação de terras no Estado do Pará.
Fotos: Assis Fernandes/O Dia
Os manifestantes iniciaram a interdição da BR-316, na altura do quilômetro 22, por volta das nove horas da manhã. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o movimento seguiu de forma pacífica e os integrantes pediram a presença de representantes do INCRA no local para negociarem o desbloqueio da via.
Em contato com o Instituto, o PortalODia.com foi informado de que já haviam representantes do Setor Agrário e do Setor de Desenvolvimento dialogando com os manifestantes. O desbloqueio da via foi feito cerca de 30 minutos depois da chegada da equipe.
O grupo está seguindo em carreata, pela BR-316, com destino ao Palácio de Karnak, em Teresina, onde esperam ser recebidos pelo governador Wellington Dias, juntamente com o INCRA, para discutir a questão de terras no Estado.
Protesto em conjunto
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o Piauí não é o único estado da Federação que registra manifestações do Sem-terra nesta sexta-feira. Paraíba, São Paulo e Rio Grande do Sul também tiveram estradas interditadas pelo grupo, que pede, dentro outras coisas, o fim do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Para o coordenador estadual do MST no Piauí, Raimundo Nonato Filho, o impeachment se caracteriza como um “golpe contra a democracia”. “Estamos reunidos aqui para também dizer não ao impedimento da presidenta. Isso tem outro nome: é golpe”, afirmou Raimundo.
Aqui no Piauí, a cidade de Parnaíba também teve protesto do MST, com a chegada de caravanas de outros municípios do interior.
Por: Maria Clara Estrêla, com informações de Natanael Souza