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Zona Norte: integração gera dúvidas em usuários e superlotação de ônibus

Principal dúvida dos usuários é que linha pegar para ir para o Centro. Terminal Rui Barbosa começou a operar sem painéis de horários dos veículos.,

02/03/2020 09:55

Ônibus lotados, veículos saindo fora do horário correto e desorientação. É esta a realidade de quem teve que se deslocar na Zona Norte de Teresina, onde a integração do transporte coletivo começou a funcionar no final de semana. Há dois dias em operação, o Sistema Inthegra da Prefeitura foi verdadeiramente testado hoje (02), primeiro dia útil do mês, no terminal Rui Barbosa.

A estrutura do terminal conta com 20 veículos nas linhas troncais – que fazem o percurso terminal-centro – e com 18 veículos nas linhas alimentadores – que fazem o percurso bairro-terminal. Mas mesmo assim, o que se viu foram veículos lotados e não conseguindo atender à demanda da população no horário de pico, entre as 7h e as 9h da manhã.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

A desinformação e as dúvidas já começam no momento de acessar o terminal. É que só pode entrar nas plataformas quem tiver os cartões do Sistema Inthegra, mas muitos dos usuários que chegaram ao local não conseguiam passar nas catracas porque estavam sem o passe da bilhetagem eletrônica (cartão de integração e estudantil). Existe um posto do Setut no terminal para compra e recarga do cartão, no entanto os profissionais que trabalham nele disseram que precisam se dividir entre as vendas e tirar dúvidas da população.

O tempo de espera também é outro problema. É que a quantidade de ônibus não está conseguindo atender à demanda e os veículos lotados acabam saindo antes do horário previsto para que o fluxo de embarques não seja prejudicado. Edimar Santos, fiscal de ônibus do terminal, explica.

“A demanda de passageiros é muito grande e ele [o carro que vai para o centro] acaba saindo lotado, porque vem muita gente dos bairros. Ainda tem o trânsito. Se um veículo chega, eu mando sair antes do horário, porque lotou, senão não dá para cumprir o horário da prefeitura. Tem que ir mandando antes pra agilizar. E agora, porque saíram no horário de pico, está faltando carro, então tem que esperar chegar pra seguir o fluxo”.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Além da espera, a desorientação também impera. É que muitos dos usuários não sabem que ônibus pegar para se deslocar até o centro. Eles alegam não conhecerem os novos percursos nem saberem quais as plataformas em que devem ficar para aguardar os veículos. 

É o caso de Cledilson Fernandes, 28 anos. Ele pegava a linha Poti Velho-Bela Vista para ir para o trabalho, na Avenida Barão de Gurgueia e agora disse não saber como fará o mesmo percurso. “Disse que essa linha vai acabar. Pelo visto vou ter que pagar duas passagens, pegar dois ônibus, ainda não sei”, diz. 


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Quem também reclamou da falta de informação foi a senhora Francisca Alves de Almeida, que classificou o sistema de integração como “baixaria”. Para ela, não havia necessidade de se pegar dois ônibus para se deslocar entre bairros da mesma zona. “Daqui para o Parque Brasil, não era para ter integração. Eu pegar dois carros para ir pra minha casa? Isso é palhaçada”, disparou.

Dificulta ainda mais a situação o fato de que o terminal ainda não conta com os horários dos ônibus estampados e visíveis aos usuários. A expectativa é que em 15 dias, os painéis sejam configurados e comecem a funcionar.

Enquanto isso, representantes da Strans se encontram no terminal para esclarecer as dúvidas dos usuários e dar eventuais orientações. Luiz Neto, gerente de transporte da Superintendência explica que a principal dúvida é justamente sobre o deslocamento para o Centro. “Não sabem qual ônibus vai pela Centenário, pela Rui Barbosa ou pela Praça da Bandeira e nós estamos aqui para orientar. Temos nove agentes da Strans e também o pessoal do ‘Posso Ajudar’ e do consórcio.

Por: Sandy Swamy e Maria Clara Estrêla
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