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Inexperiência de piloto causou acidente aéreo com Xavier Neto

Relatório do CENIPA aponta que erros começaram antes da decolagem.

18/12/2013 10:59

Foi divulgado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), o relatório final que aponta quais foram os fatores contribuintes para a queda do avião que transportava o ex-deputado estadual e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Xavier Neto, no dia 6 de março de 2012. Também estavam no voo, e morreram, o auditor Jaime Amorim Júnior, que era conselheiro substituto do TCE, e o piloto Edivaldo Pereira Sousa.

Os dados apontam que as condições meteorológicas e a inexperiência do piloto, que não fez o planejamento adequado do voo, contribuíram para o acidente aéreo. O relatório destaca também, que não houve o adequado acompanhamento das fases de planejamento e execução do voo, a ponto de identificar oportunamente as falhas do piloto.


Condições meteorológicas na região onde ocorreu o acidente

As falhas começaram momentos antes da decolagem, quando dois pilotos deveriam seguir a bordo. Porém, o ex-conselheiro Xavier Neto decidiu levar um passageiro a mais. Por isso, o voo teve que seguir com apenas um piloto. A investigação não descobriu porque, justamente o mais inexperiente, foi escolhido.

O relatório também aponta a responsabilidade do ex-conselheiro, proprietário da aeronave, que decidiu seguir o voo, mesmo tendo certa experiência como piloto recreativo e conhecendo os riscos ocasionados pelas condições climáticas, em desacordo com as características da aeronave PT-NKS, modelo BEM-711C.


Destroços do avião

Sobre as condições climáticas, o relatório destaca que no intervalo entre 10h e 12h30, na região de Floriano e próximo ao município de Elizeu Martins, onde a aeronave caiu, foram observadas nuvens de tempestade que podem produzir todas as formas de precipitações, incluindo grandes gotas de chuvas granizos, raios e rajadas violentas.

Mesma nessas condições, o piloto decolou utilizando regras de voo visual, que não eram adequadas devido à pouca visibilidade. Ao perceber as condições climáticas, ele passou a utilizar as regras de voos por instrumentos, uma espécie de piloto automático, mesmo não sendo habilitado para tal. �€œO piloto deixou de avaliar adequadamente os aspectos que iriam comprometer de forma irremediável a Segurança Operacional�€, diz o relatório.


Estabilizador vertical da aeronave

O ideal, portanto, seria não decolar, visto que não seria possível usar o voo visual e o piloto não tinha homologação para usar o recurso de voo por instrumentos. A inexperiência de Edivaldo, portanto, o levou a não considerar as limitações operacionais da aeronave, as limitações individuais e nem as condições meteorológicas. 

O relatório confirma que o piloto, segundo informações dos familiares, tinha voltado à ativa recentemente, após 6 anos sem pilotar. Ele tinha pouco mais de 278 horas de voo e teria demonstrado intenção de fazer voos freelance para acumular mais experiência. Edivaldo Pereira havia pilotado apenas uma vez, no dia 5 de setembro de 2011, a aeronave envolvida no acidente aéreo. Também não há informações se ele já havia pilotado outra aeronave do mesmo modelo.


Motor da aeronave ficou encravado no terreno

No dia do acidente, a aeronave decolou do aeródromo de Nossa Senhora de Fátima, às 8h55, com destino ao aeródromo de Bom Jesus de Gurgueia. Aproximadamente 1h30 após a decolagem, a aeronave colidiu contra o solo na localidade Espingarda, no município de Eliseu Martins, ficando totalmente destruída.

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