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Gás fica mais caro a partir desta quarta e consumidores apostam em medidas alternativas

Segundo Valdercides Filho, presidente do Sindigás, o reajuste será acima de cinco reais.

31/08/2021 11:37

A partir de amanhã, 1º de setembro, o preço do botijão de gás terá um novo reajuste de aproximadamente 7%. Sendo este o sétimo aumento registrado em 2021. Antes da pandemia, o gás custava em torno de R$75, porém hoje o valor varia entre R$95 a R$110. Segundo Valdercides Filho, presidente do Sindigás, o reajuste será acima de cinco reais.

(Foto: Assis Fernandes/ODIA)

“Esse reajuste é um dissídio coletivo e todo ano em setembro as distribuidoras reajustam por conta do salário para a categoria. Neste ano, o reajuste está sendo um pouco diferente, ainda não repassaram o valor, mas será um aumento acima de cinco reais. Então será um reajuste salgado“, afirma Valdercides.

Desde o início da pandemia, apenas por parte da Petrobras houve um aumento de 81% no valor do gás. Esse reajuste não foi repassado ao consumidor, mas, de acordo com o presidente do Sindigás, os revendedores não estão mais conseguindo segurar o aumento. 

(Foto: Assis Fernandes/ODIA)

“Se nós estivéssemos repassando todos os reajustes, o gás estaria 140 reais. Então, muitos desses aumentos nós revendedores seguramos. Porém, chegamos em um ponto em que não conseguimos mais segurar o aumento. Tudo está aumentando, o preço do pneu aumentou, o combustível está quase 7 reais e o vasilhame de aço do botijão também teve um aumento de 44%. Então, tudo aumentou e o gás não é diferente”, conta. 

O presidente do Sindigás lembra ainda que no interior do Piauí, o gás é ainda mais caro, devido toda a logística de transporte do mesmo. “O gás que recebemos aqui na capital, vem de São Luís e Fortaleza. O gás vem para Teresina e daqui vai para o interior. Então, o revendedor tem o custo de transporte”, explica. 

Valdercides Filho informa que além do aumento que ocorrerá amanhã, ainda existe o ‘PMPF’, que é o aumento dos ICMS do governo do estado. Tudo isso reflete diretamente no bolso do consumidor, mas também reflete nas vendas dos revendedores. 

(Foto: Assis Fernandes/ODIA)

“Ano passado, houve uma queda de 5% nas vendas. Neste ano, creio que teremos uma queda maior, pois estamos sentindo que o consumidor está se virando e procurando outras formas. Para nós, se o preço do gás baixasse seria bom, porque nossas vendas aumentariam”, ressalta o presidente do Sindigás.

Enquanto o valor do gás segue aumentando, os consumidores estão buscando medidas alternativas que não pesem no orçamento final. Maria do Carmo Silva, uma senhora que usa cerca de 4 botijões por mês, afirma que todos os dias utiliza carvão e fogareiro para fazer seu arroz, pois isso ajuda a economizar o gás. 

(Foto: Assis Fernandes/ODIA)

“Compro o gás de 85 reais, mas a maioria das pessoas estão comprando a 105. Não dá pra ficar sem gás, então uso carvão para fazer arroz. Uso todo dia para economizar o gás”, conta.

Já Christino Marreiros , dono de uma serralheria, está apostando em uma outra alternativa: o empresário vende fogareiros a lenha, de uma e duas bocas, onde o preço varia de 100 a 150 reais. Ele conta que nos últimos meses as vendas vêm aumentando. 

“A única alternativa que eu tenho para o aumento do gás é essa, o fogareiro a lenha. Antes eu vendia dois por mês, mas nesses últimos três meses eu passei a vender cerca de cinco unidades durante o mês”, explica.

(Foto: Arquivo Pessoal)

Christino considera o fogareiro como uma alternativa viável, visto que para acender o fogo as pessoas podem usar lenha, madeira, gravetos e até cabo de vassoura quebrado. “O pessoal sempre tem um graveto, lenha ou madeira que dá pra usar”, conclui. 

Embora seja um grande sonho do consumidor e do revendedor que o preço do gás reduzisse, o presidente do Sindigás afirma que não há previsões para que isso aconteça. “A Petrobras reajusta o gás de acordo com o valor do barril de petróleo e o dólar. Se aumentar, eles aumentam aqui. Mas, quando os valores baixam, a Petrobras não nos repassa. Então, nós aguardamos que eles se posicionem, mas até o momento nada foi dito”, finaliza Valdercides Filho. 

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