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Focos de calor no Piauí aumentaram 145% entre julho e agosto

Segundo o levantamento diário realizado pelo Inpe, o Piauí como um todo apresenta estado crítico quanto ao risco de incidência de queimada. Uruçuí apresenta os maiores índices.

15/09/2017 14:43

Com a chegada do B-R-O-Bró – período mais quente do ano – o Piauí entra em alerta por conta dos problemas causados pelo aumento da temperatura. A situação fica ainda mais difícil, porque o Estado, como um todo, apresenta nível crítico quanto ao risco de fogo, de acordo com monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O levantamento de diário mostra que os focos de calor no Piauí subiram 145% entre julho e agosto, saindo de 643 (em julho) para 1.572 (em agosto). E a tendência é que esses números aumentem ainda mais, visto que somente nas duas primeiras semanas de setembro, já foram registrados 1.433 focos de calor no Estado. Essas áreas de focos de calor são aquelas onde se registram as maiores temperaturas e, consequentemente, as chances de ocorrência de fogo.


Fonte: Inpe (Programa Queimadas)

Durante todo o ano, o Inpe já contabilizou no Piauí 4.050 focos de calor, sendo a maior parte concentrada no município de Uruçuí (582). Junto com Ribeiro Gonçalves (207), Baixa Grande do Ribeiro (193), Santa Filomena (120), Currais (53) e Palmeira do Piauí (28) o município faz parte do grupo cujas condições meteorológicas contribuem para o elevado risco de ocorrência de incêndio florestais.

“No Piauí, nós temos três regiões climáticas que devem ser observadas. No Sul, por exemplo, os focos são maiores que na região central do Estado. Naquela região do Cerrado nós temos também uma grande incidência de fogo neste período do ano, o que gera alerta ainda maior. Na região Norte, há chuvas, mas numa densidade ainda insuficiente para aumentar a umidade e reduzir os riscos”, explica o major José Veloso, porta-voz do Corpo de Bombeiros.

A Corporação tem tido um aumento considerável na demanda neste início de B-R-O-Bró. Se durante os meses de maio e junho, por exemplo, eram atendidos uma média de quatro chamados por dia, a partir de setembro, esse número já sobe para 10 a 12. Os bombeiros chegam a atender até 400 ocorrências de fogo no mato por mês, durante o período mais quente do ano.

A baixa umidade do ar é um dos fatores que contribui para a formação dos focos de calor que podem levar a incêndios. De acordo com Inpe, o a umidade relativa no Piauí está girando em torno de 30 a 50%. Para efeito de comparação, em alguns Estados do Nordeste, como na região do recôncavo baiano, a umidade está chegando a 95%.

Mas a baixa umidade é resultado, principalmente da falta de chuvas no Estado. O Piauí está passando em média 120 dias do ano sem precipitação. Em alguns municípios do Meio Norte, essa média cai para 30 a 40 dias.

Conforme orienta o Corpo de Bombeiros, a melhor forma de evitar incêndios fazer é a capina de terrenos, não jogar lixo em terrenos baldios ou beira de estradas e evitar usar fogo para eliminar entulhos. “Uma vez que o fogo começa, as condições contribuem para que ele se alastre facilmente”, finaliza o major Veloso.

Por: Maria Clara Estrêla
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