Nos primeiros quatro meses deste ano, a Fundação Municipal de Saúde detectou 70 novos casos de hanseníase em Teresina. Proporcionalmente, o número é menor do que no ano passado, quando foram registrados 433 pessoas com a doença, uma média superior a 100  novos casos por quadrimestre.

De todos os casos registrados em 2014, 40 ocorreram em pessoas menores de 15 anos. Segundo o coordenador do Programa Municipal de Hanseníase, Kelsen Eulálio, ocorrência nessa faixa etária é um indicativo de que doença tem transmissão ativa e recente no município. “Ou seja, adultos doentes estão passando a doença aos mais jovens”, explica Kelsen Eulálio.

A Campanha de Hanseníase e Verminoses começa do dia 10 a 14 de agosto, em Teresina. A ação ocorre desde 2013 nas escolas e tem como objetivo reduzir a carga parasitária em escolares da faixa etária de 5 a 14 anos, além de identificar casos suspeitos de hanseníase, uma vez que ambas as doenças causam manchas no corpo. 

Profissionais da saúde visitarão as escolas e farão busca ativa de casos de hanseníase por meio do chamado método do espelho. “Os pais receberão um formulário no qual deverão informar sobre eventuais sinais e sintomas sugestivos de hanseníase. Caso seja detectado, a criança será encaminhada para confirmação e poderá realizar o tratamento gratuito nas unidades de saúde do município”, explica Kelsen Eulálio.

No ano passado a Campanha de Hanseníase e Verminoses foi desenvolvida em 234 escolas em todas as regiões da capital, tratando um total de 30.451 estudantes com dose única do medicamento e devolvendo o formulário de autoimagem com 24.413 pessoas. Destas, 3.420 apresentaram a existência de mancha e foram avaliados pela equipe ESF, diagnosticando nove casos de hanseníase.

“A hanseníase tem cura em todas as suas formas, o tratamento é gratuito e está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde da capital. Se conscientizarmos desde cedo as crianças, poderemos minimizar o preconceito que ainda existe e alertar que o tratamento é simples e ofertado gratuitamente nas unidades de saúde", disse Kelsen Eulálio.

Durante a Campanha de Hanseníase e Verminoses profissionais das Unidades Básicas de Saúde dos bairros administrarão o medicamento Albendazol 400mg para o tratamento de verminoses nos escolares. Tomado em dose única o remédio é eficaz, não tóxico, de baixo custo e já foi utilizado em milhões de indivíduos em diversos países e relatado na literatura científica. Seus efeitos colaterais são raros e sem gravidade. Além disso, haverá uma mobilização educativa voltada para professores e alunos sobre as doenças abordadas pela campanha.

A ação é idealizada pelo Ministério da Saúde e executada pela FMS em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semec), tendo em vista que a escola é o ambiente propício para desmitificar e quebrar estigmas sobre a hanseníase e verminoses, doenças que têm tratamento e cura.

Fonte: Da Redação