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Falta de sinalização na Jacob Almendra traz transtornos aos condutores

Strans criou um binário com a citada avenida e a Rua Francisco Mendes para facilitar o tráfego no entorno do novo shopping da Capital

23/09/2015 07:15

Para organizar o fluxo de veículos no entorno do novo shopping da Capital, localizado no bairro Porenquanto, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) criou um binário com a Avenida Jacob Almendra e a Rua Francisco Mendes. Todavia, os condutores reclamam que as mudanças não foram bem sinalizadas e, por isto, têm causado transtornos nos horários de pico. 

A Avenida Jacob Almendra, que antes era mão dupla, passa a ser mão única, em direção à Avenida Marechal Castelo Branco. Contudo, no trecho da rua que dá acesso à Avenida Miguel Rosa, a via permanece mão dupla, e apenas no cruzamento com a Rua Orlando Rollo é que a alteração foi aplicada. Assim, os condutores devem entrar na Rua Orlando Rollo para ter acesso à Rua Francisco Mendes, que também passa a ser mão única para poder ter acesso à Avenida Miguel Rosa. 

Segundo os motoristas que trafegam por estas vias, a sinalização só foi feita na própria pista e não foi fixada nenhuma placa para que todos pudessem se informar sobre as mudanças. “Faço uso desse mesmo percurso todos os dias para ir ao trabalho, assim como centenas de pessoas. Como todo mundo foi pego de surpresa e a sinalização só estava feita no chão, houve grande congestionamento. Nos próximos dias, isto deve melhorar, porque as pessoas vão saber, mas acredito que vai levar um tempo grande até todo mundo se acostumar”, declara o motorista Francisco Carlos de Almeida. Segundo a proprietária de um mercadinho localizado entre a Rua Orlando Rollo e a Avenida Jacob Almendra, ninguém tem obedecido a nova regra. “Se você ficar um minuto observando, vai perceber que ninguém está fazendo a conversão e todo mundo segue direto na Jacob”, conta. 

Fotos: Elias Fontenele/ ODIA

Para quem mora nestas ruas, a sinalização, além de ter sido colocada apenas no chão, não foi bem feita Isto porque, as linhas brancas foram feitas em cima das amarelas, que ainda estão à mostra, confundindo os condutores. 

Risco 

Para a proprietária de um mercado localizado na Avenida Jacob Almendra, Lenir Vieira, os moradores temem acontecer acidentes. “Já teve quase batidas, porque a maioria das pessoas não está sabendo ou não observa a sinalização no chão, e acaba quase colidindo. Ainda não aconteceu, mas está arriscado acontecer”, afirma. 

Além disso, a entrada da Rua Orlando Rollo, que não é asfaltada, possui um buraco; por isto, os veículos devem passar com velocidade reduzida. Já a Rua Francisco Mendes, mesmo asfaltada, também possui buracos. Na Avenida Jacob Almendra, mais próximo da Avenida Marechal Castelo Branco, está o acesso à Rua Manoel Domingues; no local, ainda não há sinalização para mostrar aos condutores as alterações. 

“O problema disso tudo é que aumenta a possibilidade de um acidente e ainda vira uma fábrica de multas. Eles não sinalizam direito, nós erramos e eles nos punem. Sei que a mudança é feita com o intuito de melhorar, mas não foi feita da melhor maneira, que é sinalizando bem e avisando à população com antecedência”, acentua o motorista Francisco Carlos de Almeida. 

Contraponto 

A Strans informou, por meio de nota, que o trabalho com a criação do novo binário está sendo realizado em parceria com a administração do novo shopping, com o objetivo de melhorar a circulação de veículos na área. O shopping ficou responsável por fazer a sinalização, que ainda não foi concluída e, assim que estiver finalizada, agentes de trânsito da Strans irão ao local para instruir as pessoas. 

Por sua vez, a administração do shopping pontua que a instalação da sinalização horizontal e vertical, que está sendo realizada pela empresa Sinavias, será concluída até o próximo sábado (26). Após a finalização deste serviço, a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (Strans) realizará o trabalho de comunicação das mudanças ocorridas no trânsito da região, bem como a orientação dos motoristas que trafegam pelo local. 

 Outras mudanças não agradaram os teresinenses 

 Ainda este ano, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) realizou diversas mudanças no trânsito da capital piauiense com o intuito de melhorar o fluxo de veículos. Contudo, em alguns destes trechos, condutores e moradores reclamam que o efeito foi contrário ao desejado e os congestionamentos aumentaram. 

Março 

Em março, algumas mudanças de circulação de veículos na Avenida Duque de Caxias foram adotadas. O local recebeu reforma no canteiro central, implantação da sinalização vertical, horizontal e semafórica. “Até hoje, está sendo muito discutida essa questão, porque ficou muito complexo para sair para o Centro e voltar. Do Marquês para cá, o trecho ficou muito congestionado depois da mudança”, avalia José Reis, proprietário de uma oficina localizada na Avenida Duque de Caxias há mais de 20 anos. 

Segundo ele, durante esses meses após a mudança, ainda não houve adaptação. “As pessoas que vinham da zona Norte para o Centro faziam muito o balão para a esquerda para evitar ir para o Centro pelo marquês, e isso descongestionava muito. Depois disso, já não pode fazer o balão para a esquerda, só pode ir direto. E a maioria das pessoas faz uma volta proibida na Rua Guaporé”, explica José Reis. 

Para ele, antes do sinal, o tráfego fluía mais rapidamente. “Hoje, você vê que, quando o sinal fecha para quem vem do Mocambinho, fica uma fila de carros imensa. Então, eu acredito que, por enquanto, as mudanças fizeram foi complicar ainda mais”, acentua José. 

Maio 

Em maio, as mudanças na circulação de veículos foram realizadas no cruzamento da Avenida Jóquei Clube com Avenida Homero Castelo Branco, onde passou a ser proibida a conversão à esquerda. “Aqui melhorou no sentido de que o tempo de espera no sinal é mais rápido, mas é ruim porque, para fazer um retorno, tem que ir ao balão perto da Estaiada e isso leva mais tempo. O que todo mundo reclama mesmo é do tempo. Por causa dessas mudanças, a gente fica muito mais tempo trafegando e tem que acordar mais cedo para sair de casa”, conta o estudante João Pedro Silva. 

Junho 

Já no mês de junho, foi criado um binário compreendendo as ruas Magalhães Filho e Anísio de Abreu, com criação também de faixas exclusivas para ônibus nas duas vias públicas. “Trabalho no Centro e, para não enfrentar a Frei Serafim, pegamos a Ponte Estaiada; assim, enfrentamos as mudanças da Dom Severino e Nossa Senhora de Fátima. Antes, indo pelo Marquês, a gente entrava direto na Rua Coelho de Resende. Fecharam o retorno e, pra ter acesso a essa rua, temos que entrar na Coelho de Resende sentido Centro/Norte, fazer uma volta no quarteirão e pegar a Magalhães Filho”, conta a professora Fabrynne Sousa. 

Segundo ela, houve melhoria nos locais das mudanças, mas os acessos apresentam problemas de engarrafamento, o que dificulta o fluxo. “Muitos acessos não são estruturados, por exemplo, com ruas esburacadas ou de calçamento e mal sinalizadas”, ressalta Fabrynne.

Por: Ana Paula Diniz- Jornal O Dia
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