Os pacientes que dependem
dos remédios dispensados
pela Farmácia de Medicamentos
Excepcionais, no
Centro de Teresina, enfrentam,
mais uma vez, dificuldades
para ter acesso ao serviço.
A falta de alguns remédios no
estoque da unidade interrompe
o tratamento de quem sofre
com doenças crônicas.
Francisco Everaldo, de 57
anos, utiliza há mais de 20
anos o medicamento ciclosporina,
que serve para evitar
rejeições do organismo a
órgãos transplantados. Por
conta do alto preço do medicamento,
ele depende exclusivamente
da Farmácia de
Medicamentos Excepcionais
para dar continuidade ao
tratamento. No último mês
de fevereiro, o paciente não
conseguiu ter acesso ao medicamento.
O que se repetiu
no primeiro dia do mês de
março.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
“Além de ser muito caro,
esse remédio não é vendido
em farmácia. É fornecido
pelo Governo Federal, em
contrapartida com o Governo
do Estado. Quando chegamos
aqui, eles apenas informam
que está em falta, mas
não dão uma nova data para
voltarmos”, pontua.
Everardo Uchoa também
faz uso do medicamento ciclosporina.
Todos os meses
ele vem de Campo Maior para
Teresina em busca do medicamento.
Sem data marcada
para receber o remédio, o paciente
tem que tentar a sorte.
“Esse medicamento é de uso
contínuo, tenho que tomar
até morrer. Ultimamente, na
maior parte das vezes que
venho, ele está em falta no
estoque. É complicado viajar
de Campo Maior pra cá e não
receber o medicamento”, desabafa.
A dona de casa Francisca
Moura depende do medicamento
azatioprina para o
tratamento de uma doença
crônica. Segundo ela, há dois
meses, o medicamento está
em falta na Farmácia de Medicamentos
Excepcionais, o
que acaba prejudicando o tratamento.
“Toda vez que venho, eles
dizem que está em falta. Pedem
para ligar, mas nunca
dão uma data certa para a
gente pegar o medicamento.
É complicado, porque é um
direito nosso que está sendo
desrespeitado. Eu, como a
maioria das pessoas que utiliza
essa Farmácia, não tenho condições
para comprar”, reclama
a dona de casa.
Este também é o caso de
Karla Mendes que, há mais de
três meses, vai até a Farmácia
de Medicamentos Excepcionais
em busca da somatropina,
um hormônio de crescimento
utilizado no tratamento de sua
filha, de seis anos. Sem conseguir
o medicamento, ela cobra
maior agilidade na manutenção
do estoque da unidade.
“Uma ampola, que dura três
dias, custa em torno de R$
600. Não temos condições de
manter o tratamento. É um
direito nosso, como cidadão.
A gente paga impostos, tudo
direitinho, aí quando a gente
precisa, não tem acesso ao
serviço?”, questiona.