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Expectativa de vida no Piauí é a segunda pior do Brasil, aponta IBGE

Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, uma pessoa nascida no Piauí tem chances de viver até 71,2 anos. Os dados são referentes ao ano de 2017.

29/11/2018 13:50

Quando o assunto é expectativa de vida ao nascer, o Piauí amarga a penúltima posição no ranking divulgado na quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estado possui a 2ª pior expectativa de vida do Brasil, perdendo apenas para o Maranhão: 70,9 anos. Considerando Santa Catarina, o estado com a maior expectativa de vida ao nascer, as crianças piauienses que acabaram de nascer viveriam 8,2 anos a menos que as catarinenses.

O Piauí está, portanto, abaixo da média nacional, de 76 anos. Estar abaixo da média, aliás, parece ser uma tendência no Estado, já que outros dados apresentados pelo IBGE mostram que isso é uma constante.

A probabilidade de bebês não completarem o primeiro ano de vida no Piauí é de 18,5 por mil, bem maior que a média nacional, de 12,8% e ainda mais alarmante se consideramos o Espírito Santo, estado com a menor probabilidade nesse quesito (8,4 por mil). Segundo o IBGE, “a mortalidade das crianças menores de um ano é um importante indicador da condição de vida socioeconômica de uma região”.

A expectativa de vida do piauiense em 2017 foi de 71,2 anos. (Foto: Arquivo/O Dia)

Os dados sobre a expectativa de vida são importantes não apenas para conhecer melhor o desenvolvimento, como também é utilizado para o cálculo do fator previdenciário.

Em 1940, a expectativa de vida ao nascer era de 45,5 anos. Em 2017, o brasileiro tem a expectativa de vida de 76 anos, dois meses a mais do que os nascidos em 2016. Com maior expectativa de vida, cresce também o número de pessoas aposentadas e que precisam utilizar a previdência social.

Segundo o instituto, a tendência é de que o crescimento na expectativa de vida seja constante, mas gradual e lento, já que o aumento nos anos passou a ocorrer com a queda na mortalidade infantil.

“Inicialmente, os ganhos se davam pela redução da mortalidade entre os mais jovens, em função da própria natureza dos óbitos. É algo que não necessita de grandes avanços tecnológicos, como a consciência de que é necessário dar água potável para as crianças. O próprio soro caseiro foi importante na década de 1980”, afirma o pesquisador do IBGE Marcio Minamiguchi, em entrevista à Agência IBGE Notícias.

Nesse contexto outro dado chama a atenção: as mulheres continuam a ter maior expectativa de vida. Segundo o IBGE, no caso dos homens, a menor expectativa de vida foi encontrada no Piauí (67,1 anos), 5,4 anos a menos que a média nacional, de 72,5 anos. Já entre as mulheres, a expectativa é maior: 75,5 anos, enquanto a média nacional é de 79,6 anos para elas. A diferença entre os sexos feminino e masculino é de 8,5 anos.

“Considerando os extremos dos valores das expectativas entre homens e mulheres, uma recém-nascida no Estado de Santa Catarina esperaria viver em média 15,6 anos a mais que recém-nascido do sexo masculino no Piauí. Estes fatos mostram que a mortalidade é muito diferencial entre os sexos e também ao nível regional”, afirma o relatório divulgado pelo instituto.

Segundo especialistas, essa tendência está relacionada ao alto número de mortes relacionadas a acidentes, homicídios e outras causas não naturais.

“A partir de meados dos anos 1980, as mortes associadas às causas externas ou não naturais, que incluem os homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais etc., passaram a desempenhar um papel de destaque, de forma negativa, sobre a estrutura por idade das taxas de mortalidade, particularmente dos adultos jovens do sexo masculino. A expectativa de vida masculina no Brasil continuou elevando-se, mas poderia, na atualidade, ser superior à estimada, se não fosse o efeito das mortes prematuras de jovens por causas não naturais”, analisa o relatório do instituto.

Edição: Viviane Menegazzo
Por: Ananda Oliveira
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