A falta de água virou rotina
para a população de Teresina.
As reclamações se repetem
em várias zonas da cidade e,
nos bairros Monte Horebe,
Redonda e Renascença II, a situação não é diferente. Os moradores dessa região, na zona
Sudeste da Capital, afirmam
que, todos os dias, o abastecimento de água é interrompido
pelo menos uma vez, ocasionando, inclusive, a suspensão
das aulas em escolas próximas.
Em alguns casos, os moradores precisam se deslocar por
até um quilômetro para buscar
água na horta do bairro Renascença.
Jaciara Fernandes, diretora
da Escola Municipal Barjas
Negri, explica que a constante
falta de água, por vezes, afeta a
realização das aulas, porque a
escola não possui poço tubular
para garantir o abastecimento
das caixas d’água que distribuem água para os bebedouros e para os banheiros.
Sem água para beber, Jaciara Fernandes teve que dispensar os alunos ontem (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)
“Como a nossa escola tem
duas caixas d’águas de 14 mil
litros, às vezes, a falta de água
não afeta a realização das aulas. Mas, quando ela falta e
retorna por pouco tempo, não
dando tempo de encher as caixas, nós temos que suspender
as aulas, como hoje [ontem].
Os pais, mesmo quando falta
água na região, enviam os alunos para a aula, porque sabem
que aqui eles vão ter água para
beber”, conta.
Na Escola Municipal Barjas
Negri, são atendidos 753 alunos no Ensino Fundamental,
nos turnos manhã e tarde. A
diretora afirma que os estudantes são liberados das aulas
quando não é possível fornecer água nos bebedouros, no
entanto, as aulas são realizadas
em outro dia, para não haver
prejuízo no ensino.
“Quando não tem água, os
alunos são liberados. Infelizmente, hoje nós liberamos os
alunos porque não tínhamos
água nem nos bebedouros
nem nos banheiros. E para as
crianças, principalmente nesse calor, é importante que se
hidratem regularmente e não
tem como a gente funcionar
sem água. Quando isso acontece, nós remarcamos uma data
para fazer a reposição das aulas
que os alunos perderam naquele dia”, afirma Jaciara Fernandes.
Já o aposentado Antônio
Anastácio da Costa, que mora
no Monte Horebe há 20 anos,
não possui caixa d’água em
casa e diz que a saída é ir buscar água em baldes na horta do
bairro Renascença. Mas, devido à má qualidade do líquido,
a água não é apropriada para
consumo.
“A gente liga para a Agespisa,
mas não tem jeito, eles dizem
que o problema é na estação de
tratamento, mas não resolvem.
Todos os dias, quando são seis
horas da manhã, a água chega
e, ao meio dia, falta novamente; às vezes, à noite ela volta,
outras vezes não. Aqui em casa,
eu só tenho dois baldes; então,
a gente vai na horta, enche eles
e usa em casa para lavar louça,
tomar banho, mas não usamos
para beber, nem para fazer comida, porque a água é suja”,
relata.
Contraponto
Por sua vez, a Agespisa informou, através de nota, que a intermitência no abastecimento
dos bairros Monte Horebe, Renascença II e Redonda ocorre
em razão do aumento do consumo neste período mais quente do ano. Os moradores recebem água todos os dias, mas
não o dia todo.
No caso do Monte Horebe, a
situação é agravada pela localização numa área de topografia
elevada. A Distribuidora afirma ainda que, para melhorar
o abastecimento, estão sendo
realizadas manobras técnicas
no sistema para garantir que a
água chegue a todas as residências. A empresa também executa operações pente fino em
busca de vazamentos.
Para reclamações de vazamentos e falta de água, os
clientes podem ligar 0800 086
8888. O serviço funciona 24
horas, inclusive nos feriados.
A ligação é gratuita também
Edição: Virgiane PassosPor: Nathalia Amaral - Jornal O Dia