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Escolas particulares se preparam para início do ano letivo em 2021

Instituições de ensino estão se programando para possível retorno em modelo híbrido de demais séries.

30/11/2020 17:02

Apesar das incertezas da  pandemia do novo coronavírus, as escolas já estão se preparando para um possível retorno híbrido em 2021. É o caso de uma escola particular com unidades localizadas no Centro e na zona Leste de Teresina. A instituição de ensino já está fazendo um planejamento para o retorno às aulas em 2021, seja de maneira remota, ou no modelo híbrido, com revezamento de estudantes em sala. Assim, os estudantes poderão contar com métodos e estratégias aperfeiçoados no ano letivo que se inicia.


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A administração da instituição acredita que, com a aprovação de vacinas para imunização contra o novo coronavírus, um novo normal seja possível no decorrer do próximo ano, inclusive com a liberação de outras turmas, além do terceiro ano do Ensino Médio e Pré-Vestibular, que já retomaram as aulas presenciais.

“Nós estamos trabalhando hoje com duas vertentes, se continuarmos 100% online com algumas séries ou com todas que já estão atualmente, ou retorno de parte presencial em sistema de rodízio, obedecendo os protocolos de distanciamento, e parte online. O que continuar a partir do final de janeiro e começo de fevereiro, estaremos preparados e os pais cientes de todos os métodos”, afirma o diretor pedagógico do CEV, Teixeira Neto.

Foto: Jailson Soares/O Dia

No caso de retorno para o ensino híbrido, as escolas deverão garantir o cumprimento das medidas sanitárias impostas pelas autoridades devido à pandemia do novo coronavírus. Por isso, a escola está adotando desde já protocolos de segurança, impedindo assim que os alunos possam ser contaminados pelo novo vírus.

Dentre as medidas adotadas pela escola estão: o cumprimento do distanciamento social nas dependências da escola, inclusive das cadeiras dentro de sala de aula, ativação das torneiras dos bebedouros por sensor de presença, use de máscaras de proteção facial, instalação de barreiras físicas, aplicação de adesivos informativos de alto risco de contaminação em superfícies de contato, disposição de álcool em gel e tapetes sanitizantes, medição de temperatura e triagem por profissional de saúde habilitado nas entradas das escolas e criação de uma sala de isolamento para casos suspeitos de contaminação.

Foto: Jailson Soares/O Dia

Ao final desse ano letivo, entendendo as particularidades de cada aluno e as dificuldades enfrentadas em 2020, o diretor pedagógico da escola explica que o conteúdo ministrado ao longo do ano será revisto nas primeiras semanas do calendário letivo de 2021, com a aplicação de avaliações diagnósticas das habilidades consideradas necessárias para a continuação do aprendizado.

Deste modo, o diretor pedagógico destacou que, apesar dos percalços impostos pela remodelação de um método de ensino que já estava consolidado, a pandemia mostrou mais ferramentas para que o aprendizado se torne eficaz.

“Um dos principais aprendizados foi a força dos nossos funcionários, não somente dos professores, todos mostraram uma nova habilidade nesse período. Nos mostrou também que o ensino online pode ser, sim, eficaz, e que se nós enfrentarmos no futuro algum outro problema que impeça a presença em sala de aula, não vamos precisar de um período para nos adaptarmos, todas as escolas vão estar preparadas”, finalizou.

Em relação às escolas públicas municipais e estaduais, a reportagem do O Dia entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação (Semec) e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), e ambas informaram que o edital de matrículas ainda não foi lançado, não havendo definição sobre as atividades letivas referentes a 2021.

Apesar das dificuldades de adaptação, pais aprovam ensino remoto

Além da saúde pública, a pandemia do novo coronavírus também gerou impactos na educação piauiense. Em 2020, com o fechamento das escolas e a imposição do ensino remoto, as instituições de ensino precisaram reinventar não apenas o método de ensino, mas também remodelar as linhas afetivas que ligam professores e alunos.

As crianças não compõem o grupo de risco da doença, ainda assim são os principais vetores do vírus, por isso, foi crucial que os alunos permanecessem em casa, para garantir a segurança da família. Foi o caso da pequena Lívia Carvalho Pessoa, que cursa o 1º ano do Ensino Fundamental, filha da técnica de enfermagem Érica Pessoa.

Foto: Arquivo Pessoal

Lívia foi apenas uma das milhares de crianças piauienses que aderiram ao ensino remoto durante a pandemia. A mãe conta que a menina teve dificuldade de adaptação ao novo modelo de ensino. “A atenção e o interesse não são os mesmos, e quando converso com outros pais eles têm a mesma opinião. A criança não tem a mesma atenção de quando está em sala de aula, porque, no meu entendimento, a criança aprende muito com o lúdico”, explica a mãe.

O processo de alfabetização é desafiador para todas as crianças, e tornou-se ainda mais complicado sem a presença de um professor para conduzir presencialmente as aulas. Por isso, o acompanhamento dos pais é importante para garantir o aprendizado dos pequenos. Érica Pessoa relata que a saída foi encontrar jogos e brincadeiras para auxiliar no entendimento do conteúdo repassado pelas aulas virtuais.

Foto: Arquivo Pessoal

“Antes eu me estressava mais e cobrava mais dela, mas agora estamos muito cansadas. Eu tento brincar de forma que passe pra ela algum tipo de aprendizagem, alguma coisa que está associado ao que ela está estudando, sempre tento acompanhar as tarefas e atividades da escola. Procuro jogos e brincadeiras que ajuda a entender o que ela está estudando”, relata.

Sobre o retorno às aulas em 2021, a mãe revela que ainda não se sente segura que a filha volte para a escola. Segundo ela, a escola em que Lívia está matriculada já entrou em contato para apresentar a programação do próximo ano, assim como o prazo para as matrículas. No entanto, ela ainda não se sente confiante em retornar ao ensino presencial, já que, para ela, as crianças do ensino infantil ainda não entendem o que é o distanciamento.

“Sem falar que as crianças precisam de interação umas com as outras e isso é muito difícil. É uma situação muito complicada e que precisa ser bastante discutida. Creio que as escolas vão adotar um sistema híbrido, metade da turma com aula remota, metade com aula presencial, mas creio que não mandaria ainda”, afirma.

O principal motivo para esse receio, segundo a mãe, é o medo da contaminação pelo novo coronavírus. “Apesar de estudos falarem que as crianças são assintomáticas, a gente nunca sabe como a pessoa vai reagir diante do vírus”, completa.

Assim como a técnica em enfermagem, a pedagoga Iluska Cristine é uma das mães que observou que o aprendizado foi prejudicado durante a pandemia, com as aulas remotas. O filho de Iluska, o pequeno Yann Ramos, de seis anos, também está passando pelo processo de alfabetização e, apesar de ser pedagoga e ter experiência com o ensino de crianças, a mãe relata que o ensino em casa ainda deixa a desejar em relação à rotina escolar.

Foto: Arquivo Pessoal

“A escola do meu filho vem se esforçando bastante, todo o quadro de profissionais, mas apesar de todo o esforço, tanto deles quanto meu, como mãe e como educadora, é diferente do ambiente escolar, sempre fica faltando algo, a exemplo da interação e do convívio social que também é um aprendizado nessa faixa etária para a criança”, afirma.

Em relação ao retorno em 2021, a mãe afirma que, caso seja possível o retorno presencial, a segurança das crianças deve ser uma preocupação não apenas das escolas, ao adotar as medidas sanitárias adequadas, mas também das famílias, para que todos se conscientizem para o perigo do novo coronavírus, evitando assim que as crianças sejam expostas à contaminação.

Foto: Arquivo Pessoal

 “As escolas até podem se preparar, mas são várias famílias envolvidas, é necessário a conscientização de muitas pessoas, de muitas famílias e creio que essa unificação não acontece, a gente vê a exemplo do que acontece na sociedade, muitas pessoas agem como se nada tivesse acontecendo e os números estão aumentando”, lamenta.

Por: Nathalia Amaral
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