Após cinco meses vivendo a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, o Piauí ainda contabiliza os resultados da desaceleração econômica. Dados da Secretaria Especial do Trabalho e Emprego, e do Ministério da Economia apontam que de janeiro até a metade de agosto, o Piauí teve 207.786 acordos de trabalho firmados entre patrão e empregado.
Destes, 110.672 foram acordos de suspensão contratual no qual os empregados passaram a receber o Benefício Emergencial do Governo do Federal. A média foi de pelo menos 22.134 contratos de trabalho suspensos por mês durante a pandemia no Piauí.
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Além destes mais de 110 mil contratos suspensos, o Estado também contabiliza ainda 58.283 acordos de redução de 70% da jornada de trabalho; 25.656 acordos de redução de 50% da jornada de trabalho; 11.891 acordos de redução de 25% da jornada e 1.194 acordos de jornada de trabalho intermitente.
O Piauí segue a tendência nacional observada durante a pandemia: em todo o território brasileiro, pelo menos 44% dos acordos trabalhistas celebrados nos últimos cinco meses no país foram de suspensão contratual. Outros 22% foram de redução de 70% da carga horária de trabalho; 18% foram de redução de 50% da carga horária e 15% de redução de 25% da jornada. Em todo o Brasil são mais de 7 milhões de contratos de trabalho suspensos.
Emprego no Piauí: mais 110 mil contratos de trabalho foram suspensos - Foto: O Dia
Apesar da crise, o Piauí teve saldo positivo de empregos em julho
Foi divulgado nesta segunda-feira (24) os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) referentes ao mês de julho deste ano e os números apontam que o Piauí, apesar da crise econômica que assola o país, tem tido um desempenho positivo na geração de postos formais de emprego no mercado de trabalho. Só no mês passado, o Estado demitiu 4.169 pessoas, mas contratou 5.242, o que resultou em 1.073 vagas de emprego geradas.
No acumulado do ano, no entanto, o Piauí demitiu mais gente do que contratou. Foram 39.992 admissões no mercado do trabalho e 48.215 demissões, o que resultou em um saldo negativo de geração de emprego ao longo deste ano na casa das 8.223 vagas perdidas.
Para o superintendente regional do Trabalho do Piauí, Philippe Salha, a tendência é que a partir da reabertura gradual das atividades, o Estado comece a reverter o saldo negativo acumulado no ano. “Um dos primeiros setores que reabriu foi justamente o da Construção Civil que é um dos que mais contrata. Ainda mais nesse período de retomada, onde há a necessidade de aquecimento da economia e aceleração nas atividades econômicas que estava até então paradas, principalmente a retomada de obras, esse setor será um dos grandes responsáveis por realocar profissionais no mercado de trabalho”, pontuou Salha.
Vale lembrar que aqui no Piauí, a Superintendência Regional do Trabalho segue atenta ao cumprimento da legislação trabalhista por parte dos empregadores e empregados, principalmente no que respeito aos contratos firmados durante este período de pandemia. A Superintendência continua, mesmo que virtualmente fazendo as vistorias e verificando as denúncias recebidas.
Por: Maria Clara Estrêla