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Desemprego gera aumento do número de trabalhadores informais em Teresina

Os setores que mais demitiram foram Construção Civil, Serviços Industriais de Utilidade Pública e da Indústria de Transformação.

19/07/2016 07:03

O número de desempregados no Brasil tem aumentado a cada dia por conta da crise econômica que atinge o País. Com isso, os trabalhadores que estão perdendo o emprego precisam buscar alternativas para se manter e ajudar nas despesas de casa, o que tem feito aumentar a quantidade de empregos informais.

Foto: Andrê Nascimento/ODIA

Vendedores ambulantes, lavadores de carro, diaristas. Esses são alguns exemplos de profissões alternativas que os trabalhadores encontraram, neste período de crise, para conseguir dinheiro e não ficar sem trabalho. Foi o que fez Vinícius Silva Machado, de 26 anos, após perder o emprego há pouco mais de três meses. Ele trabalhava em uma empresa de refrigeração; porém, o quadro de funcionários precisou ser reduzido e ele estava entre os trabalhadores que foram demitidos.

Hoje, sem ter como se sustentar, foi trabalhar como lavador de carro na Avenida Maranhão. “Eu sou de Minas Gerais, vim para cá com a minha esposa e arrumei esse emprego. Eles [empresa] demitiram algumas pessoas e, como eu não tinha qualificação, fui um deles, e tive que arrumar outra coisa para me manter. Aqui dá para tirar o trocado do dia, R$ 50 quando a movimentação é boa, mas têm dias que não tiro nada. Eu gostaria de arrumar um emprego, em qualquer outra área, porque aqui a gente tira só o suficiente para se manter”, disse.

Quem também perdeu o emprego e buscou uma alternativa para conseguir se manter foi Winston Barbosa Machado Júnior. Ele trabalhava como segurança, mas perdeu o emprego há um ano, após a empresa comunicar que não tinha condições de manter todos os funcionários. Como já trabalhava lavando veículos na Avenida Maranhão, decidiu retornar para a antiga atividade.

“Eu tive que voltar a lavar carro para poder conseguir dinheiro e pagar minhas contas e ajudar no sustento da minha família. Dá para tirar um dinheiro, pelo menos para pagar as contas, mas se eu pudesse, arrumava um emprego de carteira assinada, porque é melhor. Aqui só é bom sábado e domingo, porque durante a semana é fraco e têm dias que a gente sai sem nenhum”, fala.

O jovem Luiz Eduardo Magalhães Sousa, de 21 anos, está desempregado há 11 meses e encontrou uma alternativa para pagar a faculdade de Administração e ajudar seus avós. Todos os dias, ele vai ao Centro de Teresina, percorrendo ruas e praças, vendendo bombons de chocolate.

Apesar de cansativo, ele conta que o trabalho e esforço tem valido à pena. “Eu trabalhava vendendo em outros locais, mas vi que vendendo na rua era a melhor forma de ter contato com as pessoas, porque elas veem meu trabalho e podem me ajudar”, disse, acrescenta que, por dia, chega a vender entre 120 e 150 bombons e que, no final do mês, ele chega a faturar quase R$ 2 mil.

Mesmo trabalhando de maneira informal, Luiz Eduardo Magalhães destaca que não pretende deixar de vender bombons nas ruas. Para o jovem, além de mais lucrativo, é possível ter mais flexibilidade nos horários, facilitando sua rotina de trabalho e estudo. Para o futuro, ele pretende conseguir um novo emprego, mas na área que está estudando.

Em um ano, mais de 12 mil piauienses perderam o emprego

Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), nos últimos 12 meses, o Piauí teve uma redução de 4,03 % no nível de emprego, ou -12.253 postos de trabalho. Somente o setor da Construção Civil, em um ano, demitiu 7.343 trabalhadores, o que equivale a 59,9% do desemprego total neste período.

Em maio deste ano, foram perdidos 1.043 empregos celetistas, equivalentes à expansão de 0,36% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada no mesmo período do mês anterior. Em abril e 2016, 8.150 empregos foram perdidos, ficando com saldo de -348 postos de emprego.

No mês de maio, os setores de atividade econômica que mais contribuíram para este resultado foram: Construção Civil (-624 postos), e dos Serviços Industriais de Utilidade Pública (-297 postos) e da Indústria de Transforma- ção (-282 postos), cujos saldos superaram a expansão do emprego dos Serviços (+342 postos). 

Por: Isabela Lopes - Jornal O DIA
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