Há uma semana, a jovem
Mariana Bezerra Carvalho,
de 28 anos, morreu após ser
atropela por uma caminhonete
no cruzamento das avenidas
Henry Wall de Carvalho e Marechal
Juarez Távora, no bairro
Parque Piauí, zona Sul de
Teresina. Segundo a polícia, o
veículo invadiu o sinal vermelho
e colidiu com a motociclista,
que faleceu ainda no local.
Apesar do ocorrido, a imprudência
dos motoristas pode ser
vista diariamente e em plena
luz do dia. O motorista que trafega
na Avenida Henry Wall de
Carvalho, sentido Norte/Sul,
por exemplo, está impedido
de dobrar à esquerda na Avenida
Juarez Távora, assim como
quem vem no sentido contrário.
Contudo, mesmo com placas
sinalizando as conversões
proibidas, é comum presenciar
os condutores cometendo infrações,
colocando suas vidas e
de terceiros em risco.
Fotos: Assis Fernandes/ODIA
Willy Nadjo vende camisetas
próximo ao cruzamento
e conta que já presenciou
muitas infrações no local. “Eu
sempre vejo motorista dobrando
onde diz que não pode
dobrar. Teve um que eu vi que
foi um carro que avançou o
sinal vermelho e outro veículo
bateu em cheio. O acidente
não chegou a ser grave, mas o
motorista ficou com a perna
quebrada. As pessoas não respeitam
as leis de trânsito, ficam
impacientes, buzinando;
às vezes, estão com pressa e
acabam desrespeitando”, disse.
Ele acrescenta ainda que não é
muito comum ver agentes de
trânsito no local e, por conta
disso, os motoristas terminam
por ignorar as leis de trânsito.
O mototaxista Francisco
Batista trabalha em uma praça
próxima ao cruzamento das
avenidas e relata que os acidentes
e infrações são frequentes.
De acordo com ele, mesmo
com a colocação das placas
alertando para as conversões
proibidas, as irregularidades
são diárias. Ele disse que a sinalização
é recente e que, na época
da implantação, agentes de
trânsito ficaram no local orientando
os motoristas. Entretanto,
como não há mais guardas
no cruzamento, os motoristas
não respeitam as mudanças.
“Eu acho que os motoristas
fazem isso por pura falta
de respeito, porque o sinal
está fechado e, mesmo assim,
o pessoal invade. Isso é frequente,
direto. Tem um monte
de placa explicando que não
pode dobrar para tal lado, mas
os motoristas não estão nem
aí. Quando colocaram as placas,
tinha agentes de trânsito
direto, mas depois eles nunca
mais apareceram”, disse.
Para Francisco Batista, somente
a presença dos agentes
de trânsito no local não inibiu
que os motoristas cometessem
infrações, e acrescenta que
uma das medidas que poderia
solucionar o problema seria a
colocação de câmeras e sensores.
“Se colocasse, eu acho
que o pessoal respeitaria mais,
porque só as placas não estão
adiantando nada”, argumenta
o mototaxista.
Equipe de ODIA flagra 20 infrações
em apenas dez minutos em cruzamento
Outro ponto comum em que
também há registros diários de
infrações é no cruzamento das
avenidas Prefeito Wall Ferraz
com Tito de Oliveira, na zona
Sul de Teresina. Em apenas
dez minutos próximo ao local,
a equipe de reportagem do
Jornal ODIA flagrou vinte motoristas
fazendo conversões
proibidas.
O condutor que segue na
Avenida Prefeito Wall Ferraz,
sentido Norte/Sul, por exemplo,
está impedido de fazer
conversão à esquerda; porém,
mesmo com as placas informando
a proibição, muito motoristas
insistem em dobrar na
via. Este ato, além de irregular,
gerando multa, ainda coloca
em risco a vida e o patrimônio
de terceiros.
O frentista Jefferson Miller
trabalha em um posto próximo
ao cruzamento e conta
que, em dois anos, já presenciou
muitos acidentes no local,
principalmente por conta das
conversões irregulares cometidas
pelos motoristas. Segundo
ele, raramente agentes de trânsito
aparecem no local, exceto
quando há algum acidente e
necessita ser feito o registro.
Ele ainda acrescenta que as
irregularidades são cometidas
por diversos condutores, desde
motocicletas, carros, caminhões
e ônibus, e que o desrespeito
acontece em qualquer
horário.
“Principalmente no horário
de pico, quando os motoristas
querem cortar caminho e não
querem andar um pouco mais
para fazer um retorno seguro.
Aqui já teve muitos acidentes
graves, inclusive com morte.
Há dois meses, teve um, que o
motorista invadiu e acertou o
outro. A placa está aí, dizendo
que não pode dobrar, mas as
pessoas insistem, acho que pelo
costume mesmo, porque antigamente
era liberado e, depois
que proibiram, as pessoas ainda
não se acostumaram”, disse.