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Em 2020, Piauí volta a registrar aumento na morte de pessoas trans

Apesar do isolamento social ocasionado pela pandemia do novo coronavírus, o Estado triplicou o número de mortes de pessoas trans em um ano.

29/01/2021 12:06

Dados divulgados nesta sexta-feira (29), pela Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil (Rede Trans Brasil), apontam que o Piauí voltou a registrar aumento na morte de pessoas trans em 2020. Apesar do isolamento social ocasionado pela pandemia do novo coronavírus, o Estado triplicou o número de mortes de pessoas trans em um ano.


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De acordo com a Rede Trans, somente no ano passado, três pessoas trans morreram no Piauí, enquanto em 2019 foi registrada apenas uma morte. Os dados foram obtidos através de matérias jornalísticas, divulgadas em veículos de comunicação, e confirmadas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Foto: Arquivo

O levantamento aponta ainda que duas mortes foram registradas em Teresina e uma morte no município de Agricolândia, a 100 km da Capital. Segundo a Rede Trans, o monitoramento considerou mortes de pessoas trans, seja por assassinato, ou pela exclusão social/preconceitos que levaram ao suicídio.

Apesar do aumento no número de mortes, o Piauí ainda é um dos estados menos violento contra pessoas trans no Nordeste. O Estado possui o menor número de mortes se comparado às outras unidades da região, ficando empatado com o Maranhão e Sergipe, que também registraram três morte em 2020. Enquanto isso, o Ceará tem o recorde de mortes de pessoas trans no Nordeste, com 22 mortes contabilizadas em 2020, seguido pela Bahia, com 17 mortes.

Em meio à pandemia do novo coronavírus, que obrigou milhões de brasileiros a respeitarem as regras de isolamento social impostas pelas autoridades sanitárias, o dossiê da Rede Trans traz a discussão necessária sobre o isolamento social imposto à população trans, que nada tem a ver com a covid-19, mas que é um isolamento imposto pelo preconceito e pela exclusão social.

“A trajetória começa cedo com despreparo de compreender e conviver com a nossa condição na adolescência seguida à exclusão, ao sofrimento, ao abuso verbal, sexual, à hostilidade, e tudo isto parece natural no meio social, como consequência pela sua “Escolha””, destaca a presidenta da Rede Trans, Tathiane Araújo.

Ela explica que isolamento social imposto à essa população gera pobreza, miséria, mortalidade, aumento do desemprego, aumento da violência e marginalização de pessoas travestis e transexuais no Brasil, que vivem essa realidade, pois historicamente fomos ceifados e excluídos de espaços sociais.

“Os números revelam uma realidade cruel, quando o preconceito, a discriminação e o estigma de ser/identificar-se como uma pessoa trans no Brasil ainda causam muitas mortes não só físicas, como também sociais e, durante o período de isolamento, causado pela pandemia do novo coronavírus, ficou mais evidente, em todas as regiões brasileiras”, finaliza.

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