Os presos da 11ª Delegacia Regional de Água Branca estão sem fornecimento de comida por parte do poder público, é o que informa o titular do Distrito, delegado Ricardo Moura. De acordo com ele, todo o alimento que os presos consomem é levado pelos próprios familiares ou mesmo pelos policiais de plantão. “Nós temos assumido uma obrigação do estado, que é de zelar pela custódia dos presos”, afirma.

A declaração do delegado vem após a Delegacia de Água Branca ter sido notificada pelo Ministério Público, que recebeu denúncias de que os presos no município estariam passando fome. Ricardo Moura nega que isso aconteça, mas pontua que há falta de estrutura no local para abrigar a quantidade de custodiados de abriga.

“Eles não passam fome, justamente porque os familiares e a própria equipe da delegacia providenciam tudo. Eles têm café, almoço e janta. O problema mesmo é que isso não era para ser feito por nós, além da falta de estrutura. Houve uma semana em que tínhamos 14 presos dividindo as celas. Hoje temos dez”, explica o delegado.

Moura explica que a estrutura do DP de Água Branca não é condizente com o status de Delegacia Regional que possui. A delegacia atende a toda a região do Médio Parnaíba e está, atualmente, abrigando presos de cidades como Amarante e Barro Duro, além daqueles autuados pelos crimes praticados na região urbana de Água Branca.

Essa situação, segundo o delegado, complica, e por vezes emperra o andamento das investigações. Em suas palavras “os policiais civis estão fazendo o papel de agentes penitenciários, custodiando presos que já deveriam ter sido encaminhados para a custódia da Justiça.

De acordo com o promotor Paulo Normando, da Comarca de Água Branca, os titulares da 11ª DRPC atendem, atualmente, 19 municípios. Esse foi um dos fatores que levou o Ministério Público a notificar a Secretaria de Segurança. “Vamos cobrar a regularização no fornecimento da alimentação dos presos e pedir para que toda essa situação seja resolvida o quanto antes, porque isso tem prejudicado o funcionamento da delegacia.

Por: Maria Clara Estrêla