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Crise: salário do trabalhador no Piauí reduziu R$ 251 em maio, diz IBGE

Dados são da PNAD do Coronavírus, que mede impactos socioeconômicos da pandemia no Brasil. Mais da metade dos piauienses recebe auxílio emergencial.

17/07/2020 10:27

Com a pandemia do novo coronavírus, uma das principais preocupações que surgem é a respeito da crise econômica que se abate sobre o país e sobre o mundo como um todo em razão dos protocolos de contenção da covid-19, que impedem muitos trabalhadores de exercerem seu ofício. Reflexo direto disso é a redução nos rendimentos mensais da população.

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Aqui no Piauí, por exemplo, a perda salarial do trabalhador chegou a R$ 251,00 em maio. Ou seja, ele recebeu R$ 251 a menos em seu salário durante aquele mês nesta pandemia, em relação ao que geralmente receberia em um mês de maio comum. O dado consta na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) do IBGE especialmente voltada para coletar dados a respeito da covid-19 e seus impactos socioeconômicos no Brasil.

Divulgada nesta quinta-feira (16), a pesquisa traz dados referentes ao mês de maio deste ano. Os números apontam que em um mês comum, fora desta situação de pandemia, o rendimento normalmente recebido pelo trabalhador piauiense girava em torno de R$ 1.667,00. No entanto com a crise do coronavírus que levou a suspensões contratuais e até mesmo a demissões, o rendimento médio mensal do piauiense em maio ficou na casa dos R$ 1.416,00.


Foto: Agência Brasil

Em todo o Brasil, 30,2 milhões de pessoas ocupadas, ou seja, empregadas, tiveram o rendimento efetivamente recebido pelo seu trabalho menor que o normalmente recebido. Para efeito de comparação, o Piauí ficou entre os estados brasileiros com o menor rendimento recebido pelos seus trabalhadores no mês de maio deste ano. E o que chama a atenção é que a maioria das unidades federativas com os menores rendimentos são do Nordeste e Norte brasileiro.

Em Pernambuco, por exemplo, a perda salarial do trabalhador no mês de maio chegou a R$ 402,00; em Sergipe, ela ficou na casa dos R$ 386,00. No Ceará, a perda salarial do trabalhador foi de R$ R$ 313,00. Já em Alagoas, ela ficou em R$ 239,00. Já os trabalhadores da Bahia e do Maranhão tiveram R$ 337 e R$ 217,00 respectivamente.

O Estado brasileiro onde os trabalhadores sofreram a maior perda de seus rendimentos durante maio foi São Paulo, um dos mais afetados no país pela pandemia do novo coronavírus. O rendimento normalmente recebido por um trabalhador paulista naquele mês é de R$ 2.920,00, mas nesta pandemia, o valor efetivamente recebido ficou em R$ R$ 2.272,00, ou seja, R$ 540,00 a menos.


Piauí teve alta do desemprego em maio, mas há estados em situação mais crítica - Foto: O Dia

Na capital brasileira, o Distrito Federal, o vencimento de um trabalhador em um período normal no mês de maior geralmente é de R$ 4.012,00, mas com a crise do coronavírus, o valor efetivamente recebido por ele ficou em R$ 3.533,00. A perda salarial foi de R$ R$ 479,00.

Em todo o país, segundo o IBGE, 10,3 milhões de pessoas foram afastadas do trabalho devido ao distanciamento social.  Aqui no Piauí, segundo a Procuradoria Regional do Trabalho, foram pelo menos 92 mil contratos de trabalho suspensos desde quando a Medida Provisória 936 passou a valer, até o dia 26 de maio. No último dia 06 de julho, a MP que autoriza a suspensão contratual nestes tempos de pandemia foi convertida em lei.

Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), da Secretaria Especial do Trabalho e Emprego, o Piauí perdeu 6 mil postos de trabalho formais em maio. Foram 2.260 trabalhadores demitidos naquele mês no Estado e apenas 2.901 contratados. O saldo negativo na geração de emprego em maio de 2020 no Piauí ficou na casa das 3.350 vagas perdidas no mercado.

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Apesar de altos os números do desemprego no Piauí, o Estado é um dos que menos têm sido impactados pela pandemia do novo coronavírus na questão econômica. De acordo com o IBGE, a taxa de desocupação do piauiense na atual situação é de 8,7%. Para efeito de comparação, no Estado da Bahia, este número é quase o dobro: 14,2%. A pesquisa mostra ainda que no Brasil, como um todo, essa taxa de desocupação do trabalhador vem apresentando uma curva ascendente especialmente na segunda quinzena de junho, ficando a média nacional em 13,1%.

Mais da metade dos domicílios piauienses recebe auxílio emergencial

Se por um lado, as altas do desemprego não colocam o Piauí numa situação crítica em relação aos outros estados brasileiros, o Estado é um dos que mais possuem famílias recebendo o auxílio emergencial. De acordo com a PNAD do Coronavírus, 56% dos domicílios piauienses receberam ajuda financeira do Governo Federal em maio. Isso significa que mais da metade das famílias piauienses estão contando com o benefício para conseguirem se manter ou manter as contas em dia.

Com essa porcentagem de recebimento do auxílio emergencial, o Piauí ocupa o quinto lugar no ranking nacional de estados contemplados com o benefício. Chama a atenção o fato de os 10 estados com a maior taxa de pagamento do auxílio serem todos do Norte e Nordeste brasileiro. Além do Piauí, mais da metade das populações do Amapá,  Maranhão, Pará, Alagoas, Amazonas, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Acre e Tocantins, recebem auxílio emergencial.

Por: Maria Clara Estrêla
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