No Dia Nacional da Adoção,
comemorado nesta quarta-
-feira (25), o Centro de Reintegração
Familiar e Incentivo à
Adoção (Cria) chama a atenção
de toda a população para a
sensibilização sobre a adoção,
assim como as dificuldades
do processo. Durante todo o
mês, a entidade, que acolhe 11
crianças e adolescentes, realizou
diversas atividades em
alusão à data.
O Cria trabalha em parceria
com a Vara da Infância e da
Juventude e com instituições
de acolhimento, sendo oito
apenas em Teresina, visando
uma nova cultura de adoção,
promovendo discussão sobre
o fato de crianças viverem em
instituições de acolhimento
sem ter seu direito à família
respeitado. Desde que foi fundada,
há mais de seis anos, 61
crianças e adolescentes passaram
pela instituição.
A presidente do Cria, Francimélia
Nogueira, conta que
as crianças chegam a ficar anos
nessas instituições, aguardando
que sua situação jurídica
seja resolvida. Segundo ela,
as duas principais dificuldades
que impedem a adoção
de uma criança são: a demora
para decidir a situação jurídica
dela, onde muitas vezes se dão
prazos fora da lei, aguardando
a família resolver a situação.
Com isso, as crianças vão crescendo
e dificultando ainda
mais as chances de adoção. A
segunda barreira é a preferência
das pessoas que estão cadastradas
para adotar.
“Elas querem, preferencialmente,
crianças saudáveis,
brancas e com até dois anos;
sendo que as crianças grandes,
negras e com alguma deficiência
também querem uma família.
Crianças com até dois anos
encontram uma família rápido,
mas passou dessa idade, vai diminuindo
ainda mais as chances
dela ser adotada. Claro que
isso tem melhorado, mas para
resolver é preciso cumprir a
lei, e se o ECA [Estatuto da
Crianças e do Adolescente]
diz que precisa ser resolvido
tudo em dois anos, precisa ser
cumprido esse prazo”, disse
Francimélia Nogueira.
Família Acolhedora
Para as crianças que ainda
estão nos abrigos, uma alternativa
encontrada para que
elas possam ter acesso ao direito
à família é através do
projeto Família Acolhedora.
Nesta modalidade, as pessoas
que simpatizam com a causa,
mas que não têm interesse em
adotar uma criança, passam a
cuidar provisoriamente desse
menor.
Quem quiser fazer parte do
projeto deve buscar o Cria,
que fica localizado na Rua São
Pedro, 1841, Centro-Sul, onde
será feita a primeira avaliação,
no intuito de verificar se essa
pessoa quer realmente adotar
ou apenas cuidar provisoriamente.
Para participar do Família
Acolhedora, é necessário
passar por um processo de
triagem, verificando idoneidade,
motivação e se essa pessoa
possui capacidade de cuidar
dessa criança, mas sabendo
que ela poderá ser adotada a
qualquer momento ou retornara
para a família de origem.
Outras ações
O Cria também desenvolve
outras ações, como o Fortalecendo
Vínculo, cuja entidade
visa apoiar as famílias de origem
que tiveram seus filhos
abrigados e os receberam de
volta, no sentido de evitar o
reabrigamento; Incentiva à
Adoção Necessária, que faz
exposições fotográficas, reuniões
e ações de sensibilização
para adoção diferenciada,
como grupo de irmão, afrodescendentes
e crianças especiais.