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Covid-19: reabertura em Teresina torna queda da doença mais lenta

Os dados da pesquisa sorológica apresentados pela Prefeitura mostram que os casos de coronavírus têm reduzido na capital, mas em ritmo lento e quase estacionado.

12/08/2020 11:52

A Prefeitura de Teresina divulgou nesta quarta-feira (12), os resultados da 17ª etapa da Pesquisa Sorológica, realizada entre os dias 07 e 99 de agosto,  para monitorar o avanço da pandemia do novo coronavírus na capital. De acordo com os dados, Teresina possui atualmente 172.969 pessoas infectadas pela covid-19. O número representa 10 vezes mais que o número oficial de notificações (17.630).

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Conforme a pesquisa, curva da covid-19 na capital segue caindo. Em relação á etapa anterior, a 16ª, a capital piauiense teve uma redução de 5% nos casos confirmados. É a quarta semana consecutiva que a pandemia do coronavírus tem sinalizado diminuição em Teresina. Para efeito de comparação, há um mês, o número de infectados na cidade era de mais de 217 mil pessoas. De lá para cá, esse total caiu para 201 mil, 197 mil, 182 mil e agora quase 180 mil.

O que chama a atenção, segundo a Prefeitura, é que o ritmo de redução da doença tem desacelerado nas últimas semanas e isso estaria relacionado à reabertura das atividades econômicas e à velocidade de transmissão da doença, que andou dando uma aumentada nas últimas etapas da pesquisa. 


Foto: O Dia

“A gente pode dizer que nas últimas semanas a gente está numa margem de um platô determinado. “Aparentemente estamos em um patamar estável. Não existe ainda uma tendência à queda, mas também não tem tendência à evolução”, afirmou o prefeito Firmino Filho durante a apresentação dos dados.

Um índice que representa esta lentidão na queda e estabilização da curva da covid-19 em Teresina é a Taxa de Transmissibilidade da doença. O R0 do novo coronavírus nesta 17ª etapa da pesquisa sorológica ficou em 1,09. Houve aumento em relação à etapa anterior, que tinha registrado R0 de 0,85. Significa dizer que se há duas semanas, uma pessoa contaminada não chegava a infectar nem uma pessoa direito, nesta semana, uma pessoa contaminada já passou a infectar pelo menos mais uma.

É justamente aí que entra essa dificuldade de a capital piauiense em reduzir a sua curva de casos confirmados mais rapidamente. Foi o que disse o prefeito Firmino Filho: "A reabertura, muito embora não tenha contribuído para o aumento, ele evitou uma queda mais rápida da doença, fazendo com que ela fique estacionada. Nós vamos avaliar amanhã como fica essa tendência para saber se é seguro realmente partir para as próximas fases de reabertura".


O prefeito Firmino Filho avalia que a desaceleração da queda da covid em Teresina está relacionada com a reabertura do comércio - Foto: O Dia

Essa reunião a que Firmino se refere acontecerá com membros do Comitê de Operações Especiais, que analisará os impactos da reabertura econômica nos índices da doença. Caso fique comprovado que há um estacionamento dos índices, mas com tendência de aumento, Teresina pode não passar para a próxima fase de flexibilização, prevista para já acontecer na próxima semana.

Casos positivados e com anticorpos foram barreira

Um dado que chamou a atenção nesta 17ª etapa da pesquisa sorológica foi o número de teresinenses infectados pela covid-19 mas que jpa desenvolveram anticorpos e não transmitem mais a doença. Conforme apontam os números, Teresina possui 90.290 pessoas com anticorpos contra o coronavírus. Para efeito de comparação, o número de pessoas com a infecção ativa, ou seja, em estágio de transmissão da doença, é de 11.502, ou seja, o número de pessoas que não transmitem nem se infectam mais pela covid é quase 10 vezes maior que o se pessoas transmitindo a doença. 

Isso, segundo explicou o prefeito, forma uma espécie de barreira para a contenção da doença. "Não é que vá decair os casos, mas já é uma parcela considerável da população teresinense acometida pelo vírus e incapaz de fazer a doença ir mais à diante", finaliza o prefeito.

A zona Leste de Teresina continua zerada com relação aos novos casos de covid-19. Por sua vez, a região Sudeste ainda concentra os maiores índices da covid-19 na cidade, concentrando 42% dos casos novos identificados nesta última etapa da pesquisa sorológica. O que chama atenção é que entre as crianças de 0 a 14 anos, nenhuma foi positivada no último final de semana. Em contrapartida, o público de 25 a 34 anos registrou um aumento nos casos diagnosticados, concentrando 33% dos casos identificados nesta etapa, mesmo tendo representado somente 20% do total da amostra.


Foto: Divulgação/PMT

Atendimentos por síndromes gripais também decaem

Um outro fato que indica a estabilida curva da covid-19 em Teresina são os atendimentos por casos de síndromes gripais nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s).Desde o início da pandemia na capital, foram feitas 195.763 consultas por síndromes gripais, sendo o pico na última semana de junho, com mais de 20 mil atendimentos. Desde então, as consultas vêm acumulando queda e da semana passada para esta, a queda foi de 4%. “É uma queda mais lenta que a subida., provavelmente por causa da abertura econômica”, pontuou o prefeito Firmino Filho.

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Ocupação dos leitos de UTI tcovid cai e a de leitos não covid aumenta

De acordo com os dados da Prefeitura, o percentual de vagas de UTI ocupadas em Teresina atualmente está em torno de 63% e a tendência é de estabilidade. Em contrapartida, a ocupação dos leitos de UTI não covid tem aumentado, somando o percentual de 78,81% na última semana. Este índice, segundo a PMT, também está relacionado com a reabertura das atividades e o aumento do fluxo de pessoas pela cidade.

“Com a reabertura aumentou muito os índices de acidentes de trânsito e também a probabilidade de outros tipos de acidentes, o que resulta em ocupação dos hospitais. Em algumas unidades, como HUT por exemplo, já estamos estudando a conversão de leitos UTI covid em leitos UTI não covid caso se siga esta estabilização da doença e esse aumento nos demais casos de internação grave”, finalizou o prefeito.

Por: Maria Clara Estrêla
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