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Consumo de ultraprocessados cresce no Nordeste durante a pandemia

Segundo a pesquisa, o consumo desses alimentos é feito em sua maioria entre pessoas que não chegaram à universidade.

16/08/2020 17:43

Um estudo realizado pela NutriNet Brasil aponta um crescimento no consumo de alimentos ultraprocessados na região Norte e Nordeste durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo a pesquisa, o consumo desses alimentos é feito em sua maioria entre pessoas que não chegaram à universidade.


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Foto: Getty Images

Para a nutricionista Taynara Cândida, esse aumento no consumo de ultraprocessados se dá devido à dificuldade da população em sair de casa e ao aumento no preço de alimentos preparados em restaurantes, por exemplo. Por isso, algumas pessoas optam por comprarem alimentos industrializados, que também não possuem a necessidade preparo e têm um baixo custo.

Apesar disso, a nutricionista alerta para o risco do consumo desses alimentos, que estão associados ao aumento do desenvolvimento de doenças crônicas como a hipertensão e a diabetes, que aumentam a letalidade da Covid-19.

"A maioria dos alimentos ultraprocessados são pobres nutricionalmente e são ricos em sódio, gordura, açúcares, produtos químicos, entre outros. Causando assim surgimento de comorbidades, como a hipertensão, obesidade e diabetes, que no atual momento estão relacionadas também à pouca prática de exercício, devido às pessoas terem que ficar em casa. É só traçar um paralelo, alimentação ruim mais o sedentarismo é igual a doenças crônicas", afirma.

Segundo a nutricionista, o aumento do consumo no Nordeste se dá, principalmente, porque a população não tinha o hábito de consumir esses alimentos, ao contrário das regiões Sul e Sudeste. "No Sul e Sudeste as pessoas já consomem esses alimentos ultraprocessados devido a correria diária, por isso o índice de pessoas com obesidade e doenças crônicas já está bem instalado nessas regiões. Já no nordeste, as pessoas não têm esse hábito de comer muitos ultraprocessados, e com a pandemia as pessoas se viram na obrigação de comer e preferem aquilo que sai mais barato financeiramente", destaca.

Os alimentos ultraprocessados são produzidos com a adição de muitos ingredientes como sal, açúcar, óleos, gorduras, proteínas de soja, do leite, extratos de carne, além de substâncias sintetizadas em laboratório a partir de alimentos e de outras fontes orgânicas como petróleo e carvão. Assim, tais alimentos têm prazo de validade maior, alteração de cor, sabor, aroma e textura. Entre os alimentos ultraprocessados mais consumidos estão biscoitos recheados, refrigerantes e o macarrão instantâneo.

Por: Nathalia Amaral
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