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Com um ano de atividade, Inthegra ainda é criticado e Strans faz adaptações

Diretor da Strans explica que uma das mudanças necessárias para aumentar a eficiência do sistema foi fechar os terminais de integração, que inicialmente eram abertos.

19/03/2019 11:15

Com um ano de funcionamento, o sistema de integração do transporte público na capital segue bastante controverso, recebendo elogios mas também muitas críticas por parte dos usuários, que reclamam, sobretudo, do excessivo tempo de espera pelos ônibus que seguem dos terminais para os bairros (ao final do dia) e dos terminais para o centro (nos horários de pico).

Quando for completamente implantado, o Inthegra contará com oito terminais de integração, distribuídos por todas as zonas da cidade, sendo dois na zona sul (Bela Vista e Parque Piauí), dois na zona sudeste (Itararé e Livramento), dois na zona norte (Parque Alvorada e Buenos Aires) e dois na zona leste (Zoobotânico e bairro Santa Lia). Destes, apenas os quatro primeiros estão concluídos, restando inaugurar os outros quatro, nas zonas norte e leste.

Terminal de integração do Parque Piauí (Foto: Assis Fernandes / O DIA)

O novo sistema ainda inclui a implantação de corredores exclusivos nas principais avenidas e ruas da cidade, bem como a construção de dezenas de estações climatizadas para embarque e desembarque de passageiros. 

Segundo Francisco Nogueira, diretor de Transporte Público da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsitos (Strans), os terminais da zona leste devem ser inaugurados em junho, enquanto os da zona norte deverão ser finalizados entre setembro e outubro. A promessa da Prefeitura é que o sistema esteja operando em toda a sua totalidade até meados do mês de dezembro deste ano.

Passageiros ainda reclamam da demora dos ônibus, sobretudo dos que fazem o trecho entre os terminais e os bairros (Foto: Assis Fernandes / O DIA)

"A Avenida João XXIII já está pronta, até porque os veículos que vêm do Terminal do Livramento a utilizam. E está faltando a Avenida Presidente Kennedy, que está na fase final de preparação. Já estão sendo pintadas as faixas, as sinalizações, os semáforos estão sendo instalados e nas estações está sendo concluído o trabalho de revisão dos ar-condicionados, ajustes de portas, que são automáticas, a instalação de cadeiras a colocação de adesivos com as informações necessárias para os usuários. E a previsão é que durante o mês de junho a gente comece a operar em finais de semana [na zona leste], como aconteceu no Itararé, e devemos funcionar em definitivo a partir de julho. Já a zona norte deve começar a operar em fase experimental entre setembro e outubro", informa Nogueira.

Com relação ao tempo de espera pelos ônibus que fazem o percurso dos terminais para os bairros, o gestor afirma que a Strans está trabalhando para que o problema seja solucionado. 

Uma das medidas pensadas pela pasta é concentrar todos os veículos nos terminais. Antes, eles ficavam nas paradas finais dos bairros. Agora, a orientação da Strans é que eles permaneçam nos terminais, de maneira a permitir, por exemplo, que caso o ônibus de uma linha quebre, o veículo de outra linha que esteja ociosa no momento passe a ser utilizado temporariamente para transportar os passageiros que estão aguardando o ônibus que quebrou.

Terminal de integração do bairro Bela Vista (Foto: Assis Fernandes / O DIA)

"O tempo de espera pelos ônibus das linhas troncais melhorou consideravelmente para os passageiros que vêm pro centro. O que a gente precisa melhorar é o tempo dos alimentadores. Trazendo estes alimentadores para serem controlados nos terminais, a gente deve ter um ganho de tempo também aí", avalia o diretor.

Outra medida adotada pela Strans foi fechar os terminais, que pelo projeto inicial deveriam ser abertos. Com a mudança, os passageiros não precisam mais passar pela catraca duas vezes, mas apenas no ponto inicial de embarque. Antes, todos os usuários precisavam passar pela catraca também nos terminais, o que prejudicava a eficiência do sistema. 

"Nas audiências públicas realizadas para discutir o funcionamento do sistema de integração, a população preferiu que os terminais fossem abertos, diferente do que ocorre nas demais capitais, onde, em geral, os terminais são fechados. Com a inauguração, verificamos esse problema, porque a pessoa que pegava o ônibus no bairro passava na catraca uma primeira vez e quando chegava no terminal era obrigada a passar de novo, porque o cobrador não tinha como saber quem tinha vindo desde o bairro e quem tinha entrado no terminal sem pagar pela passagem. Por isso era obrigado a passar o cartão [no terminal]. Como nós verificamos que isso tava gerando filas enormes, decidimos adotar o modelo de terminal fechado. Gradeamos os terminais e colocamos as catracas lá na entrada. Quem entrar pela primeira vez, passa como se fosse no metrô, paga lá na entrada. E quem vem dos bairros já passou pela catraca uma vez e não precisa mais passar o cartão", explica Francisco Nogueira. 

Apesar das inúmeras críticas que o sistema permanece sofrendo, mesmo um ano após o início do seu funcionamento, o gestor considera que o Inthegra trouxe mais melhorias que contratempos para os usuários do transporte coletivo de Teresina. Ele reconhece que ainda há problemas a serem solucionados, mas entende que boa parte deles ocorrem porque o sistema ainda está em fase de implantação. Segundo Nogueira, a partir de dezembro, quando o Inthegra estiver 100% implementado, o tempo de espera pelos veículos deve reduzir significativamente. 

"Eu diria que nós temos mais pontos positivos do que negativos. Como em todo sistema que se introduz, inclusive na nossa vida, existe um conflito entre o que eu fazia e o que eu vou fazer. Será se isso vai dar certo? Será se não vai? E essa tendência humana nos leva, às vezes, a ter obstáculos. São os famosos paradigmas. Por que eu vou mudar, se eu sempre fiz assim? O Inthegra veio da visão do prefeito de transformar Teresina numa cidade que esteja antenada com um mundo. Ele veio não só para incluir Teresina neste cenário mundial, mas também para beneficiar a população que mais precisa, que é a que usa o transporte coletivo", conclui o diretor da Strans.

Por: Cícero Portela
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