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Com 2.107 mortes, Covid já teria dizimado cidade inteira do Piauí

Comparativo entre os números oficiais do Estado e a população estimada pelo IBGE aponta que o total de mortes já supera a população de Miguel Leão.

29/09/2020 10:55

O Piauí chegou a esta terça-feira (29) com 2.107 óbitos confirmados como sendo decorrentes da covid-19. O número já se torna superior à quantidade de moradores de cidades menos populosas do Estado, como o município de Miguel Leão, por exemplo. Situado a 100 Km de Teresina, a cidade tem 1.242 habitantes segundo as projeções do IBGE, e já teria sido dizimada pelo coronavírus no comparativo com os números oficiais divulgados pelo Governo.

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No comparativo, é como se o Piauí já tivesse quase duas vezes mais óbitos por covid-19 do que a população inteira de Miguel Leão. A quantidade de mortes em decorrência da doença já se aproxima inclusive do número de habitantes de cidades como Santo Antônio dos Milagres, que tem 2.161 moradores, segundo o IBGE; e de São Miguel da BAIXA Grande, que possui 2.161 habitantes.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Um outro dado que chama a atenção no Estado diz respeito aos casos confirmados de covid-19. Do começo da pandemia até esta terça (28), o Piauí já contabiliza 95.227 diagnósticos da doença. Aqui, a atual situação é considerada mais preocupante do que em países como a China, por exemplo, que foi o epicentro da doença. 

Hoje, a população chinesa tem 85.772 casos confirmados de coronavírus, um número 9% menor que os registrados em território piauiense. Esta comparação foi feita pela Fundação Oswaldo Cruz ao trazer dados da evolução da pandemia no Brasil em relação ao mundo. O levantamento da Fiocruz aponta ainda que a pandemia tem se interiorizado no Piauí de modo que os maiores registros nas últimas semanas têm se concentrado em municípios menos populosos e distantes da capital, como Paulistana, Santo Inácio do Piauí e São Julião. Este último, por exemplo, tem 113 casos confirmados e uma taxa de incidência da covid-19 de 177 casos a casa grupo de 100 mil habitantes.

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Em Teresina, os maiores índices da pandemia foram registrados por volta da 27ª semana epidemiológica, em finais de junho e início de julho. Hoje, a capital possui 31.779 casos confirmados da covid-19 e 1.005 óbitos. O bairro Itararé é que responde pelas maiores estatísticas, tendo registrado 2.163 diagnósticos. Há ainda 1.938 casos em bairros nãos informados da capital e 977 no Mocambinho, que ocupa o segundo lugar nas localidades mais atingidas pela pandemia em Teresina.


Distribuição espacial da covid-19 em Teresina

Aqui na capital, as principais vítimas da covid-19 são adultos de 30 a 39 anos, faixa etária que possui 7.510 casos confirmados da doença. Em seguida aparecem os teresinenses de 40 a 49 anos e os jovens de 20 a 29 anos. As mulheres são as mais atingidas pela doença, respondendo por 54,91% dos casos. Mas apesar de ser diagnosticada na população adulta com mais frequência, os idosos é que são as principais vítimas fatais do coronavírus em Teresina. Conforme o monitoramento da Prefeitura, pelo menos 257 óbitos foram confirmados como sendo de idosos de 70 a 79 anos e 243 de idosos de 80 a 89 anos.

Duplicação de casos está mais espaçada no Piauí

Quando dos dois primeiros meses da pandemia da covid-19, o Piauí levava em média até sete dias para poder duplicar sua quantidade de casos confirmados da doença. Hoje, essa duplicação demora até 17 dias para acontecer. Isso, segundo a Fiocruz, mostra que o Estado tem tido uma desaceleração da pandemia tanto no que respeito a casos, quanto no que respeita a óbitos. É que no que toca às mortes, o Piauí tem demorado uma média de 23 dias para que este índice dobre. Houve um tempo, no início da pandemia, em que o Estado levava menos de uma semana para que as mortes dobrassem.

Por: Maria Clara Estrêla
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